Você cuida da saúde das suas pernas?

Cerca de 35% da população brasileira sofre com problemas de varizes

Você anda sentindo queimação nas pernas e na sola dos pés? Cansaço, sensação de fadiga nas pernas ou câimbras? Se, aliado a esses sintomas, notar veias azuladas ou agrupamentos de finos vasos avermelhados nas pernas, é bom tomar cuidado: podem ser varizes que estão surgindo.

De acordo com o médico José Carlos Baptista, cirurgião vascular de São Paulo, elas são veias tortuosas, dilatadas, alongadas e com insuficiência vascular. “As varizes formam-se devido à fraqueza das paredes das veias e à incompetência das válvulas. Há alguns fatores desencadeantes, por exemplo, hereditariedade, idade, gênero feminino ou masculino, obesidade e número de gestações”, explica.

Elas podem ser classificadas desde o nível zero até o 6, sendo zero, a ausência total delas. Já o 6 configura o pior estágio, com atividade inflamatória intensa e até mesmo úlcera. “Normalmente, os vasinhos que vemos a olho nu estão no estágio 1 das varizes. O estágio 2 já apresenta veias tortuosas dilatadas, geralmente com mais de 0,5 cm.”, revela Baptista.

A auxiliar de limpeza Ana Ângela dos Santos, de 38 anos, passa quase o dia todo trabalhando em pé. Há algum tempo, começou a sentir queimação, dores e pernas inchadas. “Procurei um médico e o diagnóstico apontou que eu tenho varizes.”

Tratamento para varizes

Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde aponta que cerca de 35% da população brasileira sofre do mesmo mal que a Ana, ou seja, de varizes. A incidência é maior nas mulheres. “Elas estão mais vulneráveis por causa dos hormônios, da gravidez e do uso de anticoncepcionais”, explica Baptista.

Para evitar esses vasinhos dilatados, os médicos recomendam praticar esportes, que não sejam de impacto, regularmente. Uma boa dica é caminhar 45 minutos três vezes por semana. Outro fator que contribui para deixar as pernas em dia é manter o peso ideal.

A aposentada Elza de Carvalho, de 78 anos, desde muito jovem começou a sentir os sintomas das varizes. “Esse problema é hereditário na minha família e, como sempre trabalhei em lojas e armarinhos, comecei a notar o surgimento delas”, afirma. Depois da primeira gravidez, as dores se intensificaram. Elza então procurou alguns tratamentos e acabou operando.

Há outras alternativas que tratam esses sintomas sem precisar ir para a mesa cirúrgica. A aplicação de medicação esclerosante – ou seja, que eliminam os vasos – é uma conduta corriqueira entre os médicos. “Desde que as varizes sejam pequenas, menores de um milímetro”, esclarece Baptista. Nos outros estágios, é melhor conversar com seu médico para encontrar o tratamento adequado.