segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Deslocamento no meio líquido: fim do mistério

Existem detalhes técnicos em cada um dos quatro nados que podem ser classificados como críticos.
Tratando de movimentações tecnicamente corretas e hidrodinamicamente eficazes, todo detalhe é relevante e merecem atenção de nadadores, alunos e professores.

Podemos destacar alguns com maior grau de importância que requerem atenção redobrada pois combinam duas características:
forte influência na eficácia final no nado
ao mesmo tempo, difícil assimilação


Mesmo sendo um assunto polêmico entre os profissionais da área vale a pena analisa-los. Pois os princípios físicos do meio líquido não se alteram.

1. Nado CRAWL: não finalizar a fase submersa da braçada junto às coxas.

Há evidências científicas que essa fase final é a mais propulsiva de todo o ciclo de braço e no Crawl, cerca de 80% da propulsão total do nadador é obtido com a ação de braços.

Ainda assim, é impressionante como tem aluno que não completa a ação submersa e inicia a recuperação de forma prematura. Este erro costuma aparecer também no Borboleta com efeitos quase tão desastrosos como os vistos no Crawl.

2. Nado COSTAS: falta de "rolamento" de ombros.

O rolamento de ombros no Costas é uma ação que ao mesmo tempo diminui o atrito frontal do nadador contra a água, reduzindo significativamente o arrasto total do nado, e funciona como elemento posicionador dos braços, propiciando tanto uma boa recuperação do braço cujo ombro está emerso, como uma boa tração e empurre do braço oposto (submerso).

Apesar disso, pouquíssimos nadadores fazem este rolamento com a amplitude necessária sem muita correção e exercícios específicos.

3. Nado PEITO: redução ou completa ausência da fase de deslize logo após a ação de pernas. Talvez influenciados pelos demais nados, cuja propulsão provém majoritariamente da ação dos membros superiores, a grande maioria dos nadadores de peito tende a ser muito ansiosa para reiniciar uma nova puxada de braços após cada ação de pernas, não deixando que ocorra a famosa “pausa de deslizamento”.
O atual recordista olímpico dos 100m e 200m Peito, o japonês Kosuke Kitajima,tem um nado que é pedagógico neste detalhe.
Em todas as provas , ele é o que mais desliza e obtém sempre os melhores tempos.

4. Nado Borboleta: executar o nado sem a contribuição efetiva da golfinhada.
Seja devido a uma golfinhada com pouca amplitude e (por isso mesmo) pouco eficaz, seja por executá-la de forma descoordenada com a ação de braços, é enorme o número de nadadores que executa um nado Borboleta praticamente só ás custas dos braços.

Não deixa de ser uma maneira viável de nadar, mas extremamente cansativa e pouquíssimo eficiente.

Exercícios em separado (visando amplitude e freqüência corretas da golfinhada) e de coordenação geral devem ser feitos exclusivamente com este foco: nadar o Borboleta utilizando-se corretamente seus dois elementos propulsivos: braçada + golfinhada.

Agora é só pôr em prática !!!!!

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