domingo, 26 de setembro de 2010

O dia em que esportistas foram para as trincheiras lutar pelo próprio país

Governo de Getúlio Vargas decide impor interventores para comandar os estados brasileiros. Incomformada, a elite de São Paulo decide reagir, exigindo eleições e uma nova constituição. Sem outra opção, os opositores da ditadura decidem pegar em armas e combater o governo com suas próprias mãos, em nome da liberdade e da lei. Entre os soldados, atletas famosos do esporte brasileiro, que tomam a decisão de deixar a vida esportista e se engajar na causa política. Este foi o cenário da Revolução Constitucional de 1932.

Entre os atletas, Arthur Friedenreich, jogador de futebol, ídolo da época, um dos representantes dos batalhões esportistas convocava seus companheiros pelo rádio . Junto a ele, nomes famosos do atletismo como João e Walter Rehder. Todos abriram mão de suas profissões, deixaram de competir importantes eventos, como as Olímpiadas de Los Angeles de 1932. No total, 1500 indivíduos vindos do esportes, craques forçados a interromper a carreira para entrar na guerra contra governo de getulio

Em um conflito bélico sem precedentes, os atletas tiveram apenas duas semanas para se preparar como força armada e foram ao combate no dia 2 de agosto de 1932. Em um dos episódios mais duros, um mês sob fogo cruzado. Todos envolvidos com a causa do país em busca de liberdade e cidadania.

Sem um número estimado de mortos, a luta durou 87 dias até a negociação de paz com o governo. João Rehder perdeu 3 amigos. Os principais líderes foram presos, mas nenhum deles atletas. Friedenreich chegou a ser noticiado como morto, mas reapareceu após o cessar fogo, mantivendo-se nas trincheiras até o fim da guerra.

Apesar da derrota, os constitucionalistas conseguiram a realização de eleições em 1933 e a promulgação de uma constituição em 1934. João e Walter Rehder voltaram a competir, conquistaram tiítulos, mas nunca participaram de uma Olimpíada. Friedenreich voltou a jogar, marcando 1329 gols, segundo especialistas, marca maior que a de Pelé e se aposentou dos gramados aos 43 anos.

O saldo final da luta armada que envolveu tantos atletas foi a prova da força popular no Brasil, que envolveu diferentes classes e raças em busca de seus direitos como cidadãos brasileiros.

Fonte: Esporte Espetacular

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