Todos os dias somos expostos a diversos tipos de ruídos e, por mais que estejamos acostumados a eles, a saúde é colocada em risco.
A poluição sonora está relacionada a uma série de complicações, que vão de zumbidos e comprometimento da audição a insônia, dores de cabeça, estresse e hipertensão arterial.
Limite tolerável
A intensidade de som considerada segura para o ouvido humano é de até 85 decibéis (dB) – valor facilmente alcançado em uma avenida movimentada.
“É preciso levar em conta também o tempo de exposição aos ruídos”, frisa Silvio Caldas, presidente da Sociedade Brasileira de Otologia (SBO), entidade responsável pela Campanha Nacional da Saúde Auditiva. Por mais inofensivos que pareçam, sons de 85 a 90 dB se tornam nocivos depois de oito horas de exposição.
Quem ultrapassa o limite e fica submetido a barulhos intensos por muito tempo não demora a apresentar sintomas. Os primeiros a aparecer geralmente são auditivos, como zumbidos, impressão de ouvir os sons abafados e estar com os ouvidos tapados. Segundo Ney Penteado, otorrinolaringologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, da capital paulista, “a situação tende a se normalizar em um dia”. Se isso não acontecer, é preciso procurar um especialista. Dependendo da pessoa, outros sinais podem surgir, como dor de cabeça, irritação e tontura.
Barulheira fatal
O presidente da SBO ressalta que, em longo prazo, muito barulho pode resultar na perda permanente da audição. “Dá para perceber que essa capacidade está comprometida quando é preciso aumentar muito o volume da televisão ou se torna difícil escutar alguém ao telefone”, aponta.
E os prejuízos não param por aí: por se tratar de uma situação de estresse, a exposição à poluição sonora provoca certas respostas do organismo, como aceleração dos batimentos cardíacos e aumento da pressão arterial. “Se um indivíduo passar por isso continuamente, aumentam as chances de ter problemas cardiovasculares, como o infarto”, frisa Caldas.
O otorrino Ney Penteado informa que as lesões auditivas que ocorrem progressivamente dificilmente são revertidas – a solução normalmente é usar aparelhos auditivos. Por isso é tão importante escapar de situações que agridam demais os ouvidos. Para quem trabalha em ambientes barulhentos, por exemplo, o uso de protetores auriculares é obrigatório. Nos momentos de lazer também é bom não abusar.
“Em casas de espetáculo procure ficar longe de equipamentos de sons muito potentes. No dia a dia, evite usar tocadores de MP3 por um período muito longo e com volume elevado”, recomenda o especialista do Oswaldo Cruz.
Por: Thais Manarini, especial para o iG São Paulo
Fonte: www.saudeauditiva.org.br
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