sábado, 23 de outubro de 2010

Miguel Sarkis: você sabe o que é a Soma?

O fato de às vezes você se sentir pesado, cansado ou com pouca vontade para treinar pode ser sintoma da soma de vários hábitos inadequados

Por Miguel Sarkis - ativo.com

Corredores podem ser surpreendidos por alguma lesão decorrente da soma de esforços da corrida e demais “treinos”. Esforço como dança de salão (repetitivo e por muito tempo), trabalho em posição inadequada, carregar pesos extras e acima do permitido (20% do peso corporal da pessoa), além de outro tipo de atividade que exija mais do que o planejamento do exercício esportivo.

Muitas das vezes que você se sentir pesado, cansado, com pouca vontade para treinar, então você pode apresentar sintomas de um problema como este (do livro: A Construção do Corredor).

Os treinos de corrida, somados aos hábitos alimentares precários, falta de uma boa noite de sono, exagero na carga de treino do dia anterior, atritos no trabalho e em casa, além de enfrentar o trânsito diário de ida e volta, podem conduzir-nos a uma situação crítica, e cabe uma pergunta: quem não sofre destes males? É muito fácil ignorar o problema e pronto! Um café, uma agenda lotada e o problema está esquecido.

Saiba que o praticante de corridas, amador ou profissional, independentemente do seu nível de treinamento, precisa conhecer muito bem os pontos positivos e negativos no seu organismo, além de precisar conhecer melhor sua vida social.
Ao notar esses pontos evita-se que alguns fatores limitadores de seu organismo não passem de meros e pequenos obstáculos, que poderiam facilmente conduzi-lo a estados doentios. Como evitá-los? Uma avaliação com médicos e ortopedistas, nutricionistas e demais, caso possua um problema especial, evita o agravamento da situação.

Exemplo de uma característica nutricional:

Durante uma corrida, você tem como característica o gasto calórico de aproximadamente 1200 por hora. Você tem por hábito consumir apenas 600 calorias durante seus treinos e sua alimentação anterior não foi suficiente para suprir este desfalque. Você ficará devendo aproximadamente 600 calorias ao seu organismo, que “roubará” dos seus músculos, principalmente, além de haver uma redução de eficiência na sua corrida.

Se correr sem as quantidades de alimentos necessários, as dores serão os menores problemas, mas as lesões, por exemplo, serão constantes em seu físico. Se acumular os efeitos nocivos de um treino destes para o outro dia, terá provavelmente muita indisposição, como uma forma de alerta do seu corpo para as suas ansiedades e falta de autoconhecimento. O fato de treinar duro em cima de certas situações, como destacado acima, pode trazer muito mais complicações ao seu estado físico geral.

Certos casos em que o corredor apresenta diferenças ortopédicas nos pés, pernas e articulações poderão marcar, para sempre, com o surgimento de esporões, contusões sérias. As fraturas ósseas, que ocorrem em qualquer nível de condicionamento físico, podem inviabilizar sua corrida, quando alguns cuidados serão necessários.

Esta realidade, para muitos, surge por pura falta de orientação do médico especializado, do profissional de Educação Física, que proporciona uma prática de exercício de forma adequada e evita a soma de esforços indevidos, e para este caso, por alavancas mal realizadas que exigem demasiadamente de seus membros inferiores.

Se você estiver compensado (recuperado do último treino, dormido, alimentado e calmo), minimizam-se os efeitos de soma.
Sempre haverá uma recompensa do corpo que é estimulado aos treinos, desde que este organismo esteja equilibrado. Para tais condutas, o organismo oferece respostas muito mais sólidas. Por outro lado, os treinamentos que são realizados depois de um dia a dia muito cansativo podem não apresentar resultados favoráveis para o corredor.

Para explicar tais comportamentos, associaremos este tipo de conduta aos resultados de uma pesquisa realizada no Canadá, por uma brasileira, Ana Cristina Magalhães, em que explica a reação química em cadeia de hormônios que aceleram o surgimento de emoções e que conduzem o homem moderno a três estados principais; Estresse, Ansiedade e Depressão. Os homens primitivos obtinham êxitos para fugir ou perseguir, assim...

Este estudo descreve estados primitivos entre o medo e a ansiedade para fugir ou caçar, desenvolvido nos organismos de nossos antepassados, a partir de 100 e 200 mil anos, no qual se explica que não havendo estímulo compatível, ou seja, exercício físico, permitirá o surgimento de estresse, ansiedade e depressão. Os homens modernos não foram orientados para tais evidências em seus organismos..

São estados agravados pelas longas horas de estagnação pelo trabalho e, muitas vezes, sentado, ouvindo, falando, pensando insinuações e demais estados angustiantes que não condizem com a natureza dos homens. Estas são características adotadas nas grandes capitais, e suas atividades profissionais proporcionam quantidades insatisfatórias dos necessários e adequados exercícios físicos, além de alimentação natural e estados naturais e saudáveis.

Explicando a SOMA

A força demasiada pode ser uma válvula de escape e nociva...

Diante de tais situações angustiantes podem fazer surgir, por exemplo, certa disposição para realizar mais cargas do que a necessária para o momento (exercício calmante), propiciando o surgimento de tais dores de acúmulos. Quer um exemplo vivo? Você sai do escritório onde desejou “esmurrar” seu chefe. Não o fez, mas foi ao treinamento e descarregou toda a sua fúria em cima do seu corpo, que acompanhou os frutos de uma alteração hormonal, acionado pela produção de Cortisol, que entre outros, provoca o aumento do açúcar no sangue, oferecendo condições reais para fugir, esmurrar lutar, ou simplesmente, como no nosso caso, correr, saltar, subir, descer e sair muito satisfeito de um treinamento forte. Só que o seu dia a dia já é tão forte quanto o treino e, daí, a soma se torna um fator de risco, muito comum e provável a muitos corredores.

Bem, para treinar e obter um ótimo resultado é necessário prestar bastante atenção nestes pontos, que no fim das contas, somam força contrária ou a favor. Soma é o produto do estresse muscular e emocional, que pode deixar os movimentos curtos e duros.

Se treinarmos com raiva, o que muitas vezes não observamos, o enrijecer dos músculos é uma possibilidade real. Enrijecido, os músculos serão inimigos para a sua saúde e passarão a competir com a sua energia, o seu estado de felicidade e a sua recuperação fisiológica.

Quando o corredor treina, ainda cansado e sob os efeitos de trabalho demasiado, ou provenientes de posições cansativas para o corpo, ele pode experimentar dores diferentes das costumeiras (mais agudas ou persistentes), então, estas podem evoluir para lesões por estresse, fissuras de cartilagem, desgastes, contraturas musculares, extremamente dolorosas e o estiramento de músculo.

Para que aconteça uma lesão, por uma simples pisada incerta, é só estar preocupado com problemas mais sérios de trabalho, e sua reação a um buraco ou uma raiz de árvore no seu caminho, pode ser lenta e ai, a gota d’água, para os seus pés.

Que dor é esta que vai além do conhecimento? Não é aquela dor que você sentiu logo após o seu treino de velocidade, de força, ou mesmo o treinamento longo, mas sim, dor que pode aparecer depois ou durante um treino de recuperação. Vamos bem além pra contar que a Soma é um estado de conflito que pode aparecer pelo simples uso inadequado de um salto alto

Há caso de mulheres que “fraturam”. Isso mesmo, fraturam os ossos dos pés pelo fato de utilizarem saltos muito altos ou até mesmo dançarem por muitas horas, utilizando a parte da frente dos pés, exageradamente, e depois treinarem corrida.
Há milhares de casos de mulheres atletas em todos os centros populacionais do mundo. As habitantes da cidade de New York resolveram seus problemas de se dirigir até o trabalho utilizando um confortável par de tênis para locomoção, trocando pelos menos confortáveis sapatos altos alguns metros antes da sua mesa de trabalho. Com este procedimento, elas se defendem de lesões e desgastes desnecessários. Eis a Soma.

Existem alguns outros casos de pessoas que trabalham muitas horas em pé, em cima de escadas, dirigindo por muitas horas no trânsito intenso, correndo além da quilometragem possível para si, enfim, toda e qualquer forma de posição inadequada para as pernas e, ao final do período de trabalho, se submetem aos treinos. Eis ai, novamente, a SOMA. Você tem como se consultar e saber se está treinando em um dia favorável para o seu corpo.


Para se evitar esta tal soma, destine os dias de treinamento mais difíceis para os dias em que a sua rotina for excelente. Você fica sem muito estresse por não ter ficado muitas horas em pé e até mesmo por ser o dia de folga. Por exemplo, acredito que é melhor que se faça os treinos longos, nos sábados e ou aos domingos.

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