O metabolismo do organismo muda significativamente ao longo da vida, razão pela qual é preciso fazer ajustes constantes na alimentação e também na corrida
Por Miguel Sarkis - ativo.com
A menos que você seja um daqueles comilões insaciáveis, cada fase etária dos seres humanos, homens e mulheres, serão marcadas como segue a divisão apresentada.
Primeiro estágio: adultos entre 18 e 30 anos
Grau de Dificuldade: média a baixa para se manter magro
Casos de desequilíbrio: Sobrepeso e Obesidade precoce
Por quê?
Aos 18 anos, quanta facilidade! Corremos e nos divertimos e quase sempre nos damos bem. A verdade é que durante esta faixa etária nosso organismo, magro, é facilmente conduzido, apesar de correr rápido ou lento, muito ou pouco. Para comermos feito umas “dragas” e, ainda assim, uma facilidade em nos manter magros é só uma questão temporal.
Os jovens, sempre em atividade física e encontros sociais, além das poucas preocupações, quase sempre, permanecem com aquela barriga de “tanquinho” e tudo graças a um detalhe pequeno chamado: METABOLISMO. Claro que há exceções, dada as grandes variedades alimentares oferecidas pelos fastfoods da vida, (que chegam a nos fornecer, aproximadamente, 2000 calorias em uma única refeição), além da preguiça aguda no sofá e dos passeios ao Shopping.
O metabolismo de um jovem segue acompanhando um crescimento estrutural e nervoso, favorecendo o consumo de grandes cargas calóricas, para compor e recompor o corpo que se modifica a cada instante. É nesta fase que se corre melhor, os corredores são mais destemidos.
Mas esta realidade não é eterna e, ao nos aproximarmos dos 30 anos, nos tornamos cada vez mais escravos do trabalho e responsabilidades sociais. Estes novos hábitos permitem o surgimento do estresse. O metabolismo vai diminuindo suas necessidades calóricas e permite o aumento da concentração de gorduras nas camadas superficiais e interiores do abdome, além de pescoço, bochecha, braços, região glútea e demais.
Muitas horas de trabalho, e hábitos de bebidas alcoólicas altamente calóricas, provocam modificações do metabolismo, aliado ao interromper do crescimento corporal. Isso provoca maior apetite para se alimentar exageradamente. A verdade é que fica difícil manter uma planilha de treinos muito exagerada quando se tenta eliminar o que se acumula facilmente. Então, lesões podem surgir, apesar da facilidade para correr.
Melhor é que, ao se aproximar do final desta fase, o corredor já possua uma rotina agradável e significativa de treinos, para que seu metabolismo não aceite as variações impostas pelas alterações orgânicas.
Dificuldades em se manter magro entre 30 e 40 anos
Dificuldade média a alta
Algumas mulheres começam a sentir os primeiros sinais rigorosos de aumento de peso Grau de Dificuldade: média a alta para se manter magro
Casos comuns: Obesidade
Por quê?
Nesta fase o adulto já não tem, faz tempo, suas memórias para um metabolismo de alta exigência calórica e a menos que o individuo tenha se condicionado para uma modalidade esportiva que condicione a uma grande necessidade energética, sua gorduras passarão a lhe oferecer uma tarefa difícil de controlar. Por exemplo, se este adulto estiver engajado em trabalho que solicite entre 9 a 12 horas diárias então restarão aproximadamente 12 horas para as demais situações necessárias e corriqueiras do dia, lembrando que deste total, 8 horas são, necessariamente, para o sono. Se sobraram apenas 4 horas, então achamos que podem caber, neste tempo, 5 refeições dia, além das fundamentais tarefas de família, diversão e exercício.
Dificuldade para se manter magro entre os 45 aos 50 anos
Dificuldade Alta
Pode ocorrer pela provável alteração na produção de Testosterona.
Algumas mulheres sentem os sinais rigorosos de aumento de peso
Grau de Dificuldade: alta para se manter magro
Casos comuns: Obesidade com barriga acentuada
Por quê?
Alterações hormonais diminuem as atividades metabólicas, reduzem a contratilidade muscular, além da diminuição, para alguns casos, da disposição, e instalação da depressão e da irritabilidade. Já se passaram 27 anos em que nosso personagem de 18 anos iniciou sua carreira profissional, com poucas atividades físicas e uma alimentação desmedida.
Resultado? Uma gordura incontrolável e as já famosas barrigas de chopes. Não há corrida no mundo que consuma tanta gordura acumulada, a menos que nosso personagem adote uma dieta rigorosa e controlada por um médico competente, além de cumprir um planejamento de atividades físicas dirigidas e progressivas.
A novidade nesta idade é que a pessoa produz seu sustento e de sua família, onde suas atribuições são progressivamente aumentadas, proporcionais ao seu estilo de vida. Este intenso compromisso aumenta muito a sua jornada no trabalho.
Imagine uma corrida em que se consiga eliminar 400 calorias, predominadas por gorduras. Agora, imagine que uma pessoa faça a ingestão de muito mais calorias e, no final das contas, sobre mais energia para gastar do que quando praticou sua corrida matinal. Não é para desanimar, mas sim, planejar. É necessário que se planeje a perda gradual pela alimentação, além das corridas, estas, como planejamento para se alcançar um objetivo claro e possível.
55 aos 65 anos
Dificuldade muito alta
Nos homens (Andropausa): pode ocorrer alteração na produção de Testosterona, esta diminuição hormonal pode possibilitar quadros de desmotivações para as atividades físicas, redução da contratilidade muscular além de, em alguns casos, instalação da depressão e da irritabilidade.
Nas mulheres (Menopausa): a diminuição na produção dos hormônios femininos e nada de produção de testosterona podem inibir e conduzir a estados desanimadores. Nada que um tratamento não resolva. Para tanto, vá a um médico que avaliará e tratará conforme suas individualidades.
Se você já é um corredor, então, é necessário readaptar-se para a nova fase de sua vida. As corridas devem ser administradas por um profissional competente, além de acompanhamento de um ótimo Geriatra, para que suas corridas sigam harmoniosas. Se você desejar iniciar nesta fase, então faça uma avaliação médica, consulte-se por um profissional do esporte, diga-lhes que deseja praticar corrida e tenha também o acompanhamento de um Geriatra.
60 anos em diante
Dificuldade muito alta
Se você já é um corredor, verá que as coisas mudam muito pouco. Se você tiver boas horas de sono, alimentação adequada e um dia a dia tranquilo, então suas corridas serão também, tranquilas. Podem ocorrer, em alguns casos, a diminuição da força, então, suas corridas devem ser muito bem administradas.
Correr pra sempre
Coloque lógica dentro de suas planilhas. Não tente quebrar recordes, mas sim, permanecer nas atividades de corridas. Tente melhorar sua qualidade de vida que os outros resultados virão facilmente. Corrida em altas idades é uma conquista para poucos, porém, possível.
Corra para se divertir e controle sua alimentação. Já que agora não gastará mais tanta energia, então, os cuidados para o que comer valem muito mais nesta fase do que nas outras. Você deve evitar desgastes desnecessários do seu aparelho digestivo, quando poderá escolher o que comer e que horas comer. Seus treinos darão mais resultados na medida que for magro, dormir adequadamente, alimentar-se bem, e compatível com a sua característica clínica e da intensidade e quantidade dos treinos que conseguirá realizar.
Sou obeso, apesar de correr há 20 anos.
Como farei para eliminar tanta gordura se já me aproximo dos 20 anos de corrida e não consigo eliminá-la? A verdade é que quando se chega a um patamar assim, com tantos anos de treinamentos, algo precisa mudar, radicalmente, para que você não fique martelando seus ossos e iludido pelo esforço que, você acredita, fará eliminar o peso acumulado. Não desista. A chave de tudo está numa matemática simples de:
Quanto e como faço a ingestão de alimentos - menos - Quanto Gasto na Corrida
Fora estes exemplos, existem pessoas que apesar de correrem continuam muito obesas, independente da idade em que se encontram.
Onde você for, poderá verificar pessoas imensas correndo. Todas as idades, homens e mulheres, além das crianças que começam a ingressar nas corridas, de forma descabida.
Correr para emagrecer merece uma análise individual, séria e persistente. Não deixe que as desculpas tomem conta de suas metas para melhorar e avançar na vida, como corredor ou, simplesmente, praticante de atividades físicas.
A dificuldade de ex-atletas em recuperar o peso e o volume corporal de outrora.
Um dos maiores problemas do ex-corredor é o fato de manter-se com a idéia de que é capaz, suas pernas serem tão finas tanto quanto quando era corredor, mas, agora, encontra-se sem o condicionamento muscular adequado para correr e ou suportar o peso excessivo em cima das pernas.
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