O que é filipina ?
Filipina é denominação local que damos aqui no Brasil para um conjunto de movimentos submersos que complementam e otimizam a eficácia das saídas e viradas do nado Peito. Esta movimentação sempre foi fortemente regulamentada pela FINA e nos Estados Unidos, por exemplo, ela é chamada de Long Pull (ou Braçada Longa).
A Filipina sofreu em 2008 uma importante modificação. Até então, em seus movimentos, as regras não permitiam nenhuma ação propulsiva de pernas no plano vertical (alternada ou simultânea), sob pena de desclassificação do nadador faltoso. Já a partir das Olimpíadas de Pequim passou a ser permitida uma única ação simultânea de golfinhada durante a puxada longa dos braços. Essa golfinhada já tem forte presença nos outros três nados.
Porque Executar a filipina
1.Velocidade na Virada
A Filipina é um fundamento opcional, mas bem vantajoso para quem a executa com um mínimo de correção Alguns nadadores custam a crer que um movimento totalmente submerso seja mais vantajoso em termos de deslocamento que o nado em si.
É preciso explicar que o turbilhonamento que o nadador arrasta atrás de si, na superfície, cria uma resistência ao avanço do corpo na água. Esta resistência ao avanço afeta todos os corpos que se deslocam na superfície de um fluido. Um submarino, por exemplo, só consegue desenvolver sua velocidade máxima quando totalmente submerso.
2. Resistência mínima
Ela é um fundamento totalmente submerso, contrapondo-se ao nado Peito que é um conjunto de movimentos propulsivos tipicamente superficiais.
Isso significa:
A) que se um nadador, após a saída ou uma das viradas, retoma a superfície muito rapidamente, é melhor iniciar logo o nado Peito do que partir para a Filipina;
B) Filipina exige bom fôlego (apnéia inspiratória), principalmente na última virada de uma prova mais longa de Peito.
3. Facilita o streamline
Posição de cabeça define a profundidade. Durante o primeiro deslize (streamline) e a puxada longa, a cabeça deve estar bem alinhada com o tronco (baixa), com o nadador olhando para o fundo da piscina.
Na recuperação dos braços ela pode começar a se elevar, de forma a induzir uma subida do nadador em direção à superfície,
No terceiro e último deslize a posição de cabeça já pode ser exatamente àquela que será utilizada durante os deslizes cíclicos do próprio nado Peito.
4. Deslize acentuado
A Filipina completa embute em si três deslizes: o primeiro ocorre logo após o mergulho (ou o empurre da borda na virada), o segundo após a puxada longa, e o terceiro, após a recuperação dos braços e a pernada final. Estes três deslizes serão bem marcados em situações não competitivas e um pouco mais discretos num Festival ou numa Competição, mas jamais devem desaparecer.
5. Potência
A trajetória da puxada longa guarda boa semelhança com a do borboleta e deve ser potente. As mesmas determinantes hidrodinâmicas que desenham a trajetória submersa dos braços no nado Borboleta, também estão presentes na puxada longa da Filipina, portanto elas devem ser bastante semelhantes. Além disso, potência é fundamental, e potência significa bom trabalho (muscular) em pouco tempo (rápido).
Características de uma boa filipina teremos:
· Posição do corpo totalmente alinhado com a água
· Potência na ação dos movimentos
· Coordenação na ação dos braços combinados com as pernas.
Descrevendo melhor cada um deles e suas fases:
Posição do corpo
Quanto mais alinhado com a água, em posição completa de "streamline" menor será a resistência frontal e melhor será a filipina. Tentar manter o corpo nesta posição deve ser um dos primeiros passos do treinamento específico para a melhora da filipina.
Outra coisa muito importante é não permitir que os pés subam e fiquem acima da linha do corpo (muito comum) ou desalinhar no movimento de deslize após a impulsão da parede.
Potência na ação dos movimentos
O trabalho é de curta duração (entre 3 a 6 segundos) mas de alta intensidade na ação dos movimentos, por isso a necessidade da alta força explosiva na realização dos mesmos.
Coordenação
Uma excelente potência na ação de braços e pernas além de uma posição em completo streamline pode ser totalmente perdida se a ação dos movimentos não tiver o exato "tempo" de ser executada.
O correto momento de entrar com a ação dos braços e posteriormente das pernas é algo treinável e de muita importância na sensibilidade do nadador.
Como dica, normalmente dizemos ao atleta que quando ele começar a perder a velocidade ao sair da parede é a hora de entrar com a puxada, seguindo-se quando começar a perder a velocidade após a puxada iniciar a recuperação e a pernada, e assim até o início do nado. Tal orientação é bastante subjetiva e só é realmente adquirida pelo atleta após muita prática.
FASES DA FILIPINA
Saída da parede
A saída da parede é de lado, e em movimento progressivo e natural, o atleta volta a posição ventral na sua impulsão antes de qualquer ação dos braços. A duração da primeira fase depende exatamente da potência do nadador na capacidade de impulsão da parede e da fora de seu corpo na busca do melhor streamline possível.
Muitas vezes a filipina sai funda e isso acaba ocasionando a pressão dos braços para baixo no intuito de subir a superfície mais rápido. Com a exata saída de borda, a pressão dos braços será direcionada diretamente para trás aumentando a potência e o trajeto da filipina.
A puxada
O movimento contínuo, explosivo e forte é executado diretamente para trás sendo que o atleta deve manter a posição mais alinha possível. Não executar a puxada para baixo (erro comum) levando seu corpo diretamente para cima, faça a subida de seu corpo para a superfície ser natural e progressiva.
A recuperação
Com o movimento dos braços junto ao corpo ao máximo possível, sinta como se suas mãos estivessem alisando o seu corpo na recuperação. A posição da cabeça é fundamental! A cabeça deve estar alinhada com o corpo e com o rosto voltado para baixo. O nadador deve manter a cabeça inalterada até o final da filipina e início do nado.
A jogada dos braços a frente deve ser coordenada com a ação da pernada para a subida com potência do nadador a superfície.
QUANTO REPRESENTA UMA FILIPINA NUMA PROVA DE PEITO
Este fator varia muito pela qualidade e eficiência do nadador de prova para prova, como também varia e muito nas provas disputadas em piscinas de 25 ou 50 metros, e também nas provas de 100 e 200 peito.
Como dado informativo, levantamos alguns números que comprovam a importância da filipina nas provas de peito:
Piscinas de 25 metros
Prova de 100 peito - 25 a 30% do tempo total de prova
Prova de 200 peito - 35 a 40% do tempo total de prova
Piscinas de 50 metros
Prova de 100 peito - 10 a 13% do tempo total de prova
Prova de 200 peito - 20 a 25% do tempo total de prova
ÚLTIMAS MUDANÇAS TÉCNICAS NA FILIPINA
· Alguns treinadores e atletas esperavam as mãos cruzarem a linha dos olhos para o movimento da cabeça para cima e o início do nado na finalização da filipina.
· Outros, esperavam os cotovelos passarem a linha dos olhos para levantar a cabeça na finalização da filipina.
· Atualmente, o movimento da cabeça só irá acontecer após o início do nado ou seja, a cabeça ficará inalterada durante todo o movimento da filipina só retornando para cima no início do nado. Tal observação já pode ser vista nos principais nadadores de peito do mundo. Particularmente estivemos observando Ed Moses (USA), Brendan Hansen (USA), e todos executam este mesmo movimento.
O QUE ESTÁ POR VIR NA FILIPINA
· O que já mudou e tem uma boa aceitação dos nadadores e embasamente técnico científico dos treinadores já citamos, mas e o que está por vir...
Alguns movimentos ainda não encontrarão embasamento suficiente para serem enquadrados nos movimentos mas vale aqui citá-los.
· O 1o é a concentração do nadador no início de nado após a realização da filipina.
A idéia é fazer com que o nadador se concentre de forma tal na passagem da filipina para o estilo sem perder velocidade, coisa que acontece com muita freqüência.
Uma filipina bem executada muitas vezes não representa um bom início de nado. Exatamente por isso, esta nova técnica daria ao nadador a concentração total nesta passagem eliminando a primeira respiração do movimento quando o nadador subir a superfície para o início de nado.
· A 2a técnica em estudo é a filipina cruzada. Ed Moses já está a praticá-la mas não a utilizou ainda em grandes eventos. A puxada de braços seria a mesma no início mas na altura dos ombros as mãos se cruzam antes da finalização da puxada ao lado do corpo.
· Ambos os movimentos acima citados ainda não têm comprovação científica de seus benefícios mas fica válido como fonte para futuros estudos
Fonte: Tudo Sobre Natação
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