Desde as origens da humanidade civilizada, o vinho se faz presente, não somente como bebida ou acompanhamento alimentar, mas também por suas virtudes medicinais.
Os Egípcios, os Gregos e os Romanos fizeram do vinho um elemento básico em sua farmacopéia, possivelmente por se tratar de um líquido estável, graças a presença de álcool e de ácidos orgânicos.
Estudos recentes mostram que o consumo regular de produtos derivados da uva, incluindo o vinho tinto e o suco de uva roxa, reduz o risco de eventos cardiovasculares e inibe a agregação plaquetária. Em paciente com doenças cardíacas, estas bebidas mostraram um efeito antioxidante potente, pois melhoraram a função das paredes das artérias, induziram a vasodilatação dos vasos arteriais e inibiram a oxidação do LDL-colesterol. Essas propriedades antioxidantes são atribuídas à presença dos polifenóis na casca e sementes da uva.
Os compostos fenólicos são constituintes das uvas e por isso estão presentes tanto no vinho tinto quanto no branco. Tem ocorrido muita discussão sobre o consumo moderado de vinho e a inibição da incidência de doenças cardiovasculares.
Estes antioxidantes desepenham importante função na qualidade do vinho, contribuindo para o seu sabor e aroma. A quantidade desses compostos varia de acordo com alguns fatores, como: clima, natureza do solo, variedade da uva, maturidade da uva, maceração da uva, temperatura de fermentação, pH, dióxido de enxofre e etanol.
Entre os compostos do vinho que possuem características benéficas, está o resveratrol. Trata-se de um composto fenólico, de atividade fungicida, produzido pela videira em resposta à agressão do fungo Botrytis cinerea. Esta substância concentra-se nas células da película da uva, por isso seu teor é maior nos vinhos tintos.
A diferença na quantidade de compostos fenólicos dos vinhos tintos e brancos não se deve apenas à presença das antocianinas (moléculas responsáveis pela pigmentação e portanto ausentes em uvas brancas), mas também aos processos de fabricação para obtenção do vinho.
Segundo a Equipe de Pesquisa da Faculdade de Química da PUC-RS, que está pesquisando o resveratrol nos vinhos gaúchos, os principais benefícios do vinho seriam: aumentar a resistência das fibras colágenas, exercendo efeito protetor sobre as paredes dos vasos sanguíneos; dissipar as plaquetas que provocam coágulos e entopem as artérias; inibir a formação de radicais livres, reduzindo a oxidação dos lipídeos que diminuem as placas de ateroma; impedir a destruição dos linfócitos preservando o sistema imunológico; favorecer funções digestivas e aumentar o apetite; conter substâncias que retardam o envelhecimento celular e orgânico.
É importante salientar que, apesar do apelo nutricional que o vinho apresenta, seu consumo deve ser moderado. O ideal é um cálice pequeno por dia. Ainda, apenas indivíduos isentos de patologias devem consumir esta bebida, salvo sob orientação de nutricionista e médico.
Fonte: Cassiana Domingues(nutricionista)
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