Homens são mais propensos a correr – ou fazer exercícios – mais por uma questão de competição, ao contrário das mulheres que correm para se sentirem bem. Isso é o que diz um estudo sobre motivação pessoal feito por Elizabeth Loughren, da Universidade de Birmingham, Reino Unido.
Loughren entrevistou mais de 900 corredores amadores – entre homens e mulheres – com idades entre 18 e 72 anos, que haviam se inscrito em uma maratona pela primeira vez. No geral, as respostas mais frequentes foram que correr uma maratona era algo que tinha a ver com objetivos pessoais, autoestima e a procura por uma atividade saudável.
Mas ao analisar as respostas mais comuns entre os gêneros, a pesquisadora – cujo trabalho foi apresentado na Conferência da Sociedade Britânica de Psicologia –descobriu que os homens salientavam as características relativas à competitividade. Já as mulheres eram mais propensas a enfatizar as questões psicológicas – como “é bom para melhorar meu humor” – ou de saúde e bem-estar – como controlar o próprio peso e se sentir bem.
“Isso pode influenciar também o quanto os homens irão aderir aos esportes com o decorrer da idade, por exemplo”, diz Denise Alonso, professora da área de Educação Física da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). A especialista diz que a opção por esportes competitivos – e com maior impacto, como o futebol – acaba por contribuir para a diminuição da frequência com o aumento da idade, justamente pelo fato de eles não responderem mais com tanta prontidão às jogadas.
“Já as mulheres”, continua Denise, “acabam optando por atividades físicas menos competitivas, porém com menor impacto e mais regulares durante toda a vida.” A questão estética também é importante, explica a profissional, mas até isso é diferente entre homens e mulheres. “A mulher busca academias, por exemplo, para controlar ou diminuir o peso. Já os homens procuram, na maioria das vezes, a hipertrofia muscular: é uma questão de ser maior, mais musculoso, o que não deixa de ser uma competição, se não com os outros, ao menos consigo mesmo, procurando bater seus próprios limites o tempo todo”, diz.
No caso da corrida, isso também é facilmente observável, aponta Denise. “É comum vermos a progressão das mulheres no caso de esportes como a corrida: elas começam com caminhadas, aumentam os percursos e em algum momento optam pela corrida. Já os homens, muito comumente, querem ‘começar a correr’, ou seja, não há uma fase anterior, é uma decisão que já deixa os outros ‘competidores’ imaginários para trás.”
É importante, portanto, que profissionais e médicos que acompanhem homens em idade a partir dos 50 anos, aproximadamente, enfatizem os pontos positivos da convivência e o bem-estar que o esporte ou as atividades físicas fora de casa proporcionam. Se for para competir, que seja contra o tempo, e a melhor maneira de fazer isso é não ficando parado.
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