Primeiro, ela surge como um incômodo após a prática da atividade física. Em seguida, a dor cresce e, ao mesmo tempo, diminui o tempo entre o início do exercício e o surgimento da primeira pontada. Assim é a pubalgia ou dor no púbis. Comum aos atletas de fim de semana, ela pode surgir em decorrência de outros fatores, como a diferença no tamanho de membros e até mesmo uma hérnia inguinal.
O diagnóstico preciso é a principal arma para o tratamento eficiente. Em alguns casos, é necessário combinar exame clínico, ecografias e ressonâncias. De acordo com o ortopedista Marcus Montenegro, especialista em traumatologia desportiva, pode-se levar até um ano para a recuperação total da lesão.
— Para isso, é preciso conter a ansiedade do paciente e do terapeuta, que devem levar o tratamento até o fim. Assim, os sintomas não voltarão a aparecer em breve — adverte.
Pablo Marinho, fisioterapeuta especializado em reabilitação desportiva, ressalta a importância de um trabalho muscular preventivo. Segundo ele, na maioria dos casos, a pubalgia é resultado de problemas mecânicos, decorrentes de posturas erradas e desequilíbrio muscular.
— Dessa forma, o fisioterapeuta deve corrigir o elemento causador, para evitar novas incidências.
Palavra do especialista
Quem são os indivíduos mais propensos à pubalgia?
Os atletas de fim de semana. Principalmente os que jogam futebol, homens ou mulheres. Geralmente, esse grupo costuma chutar sempre com a mesma perna, levando a musculatura à fadiga de forma desigual. Por esse motivo, é importante manter um trabalho de fortalecimento muscular paralelo ao esporte.
Como a musculação deve ser orientada?
A musculação preventiva deve ser planejada por um educador físico ou por um fisioterapeuta que conheça o perfil do paciente. Ele deverá orientar os exercícios de acordo com as atividades cotidianas e também os esportes praticados pelo indivíduo, para que as cadeias musculares usadas nessa prática possam ser fortalecidas e equilibradas com as demais.
Quais os riscos de se ignorar os sintomas e partir para a automedicação?
Analgésicos e relaxantes musculares são úteis para alguns casos. Mas o diagnóstico e a prescrição devem ser feitos por um ortopedista habilitado, com prática em avaliação de desportistas. Ele saberá descartar as possibilidades de outras patologias, como hérnia inguinal. Também é necessário, para a maioria dos pacientes, fazer um trabalho de reabilitação fisioterápica para evitar que a doença atinja o estado crônico, em que a dor passa a ser constante e impede a realização de atividades físicas. A cirurgia é necessária em poucos casos.
Fonte: Marcus Montenegro, ortopedista especializado em traumatologia esportiva
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