terça-feira, 31 de agosto de 2010

Para especialista, ausência de supermaiô valoriza o recorde.

Em 2008, durante os Jogos Olímpicos de Pequim, a natação recebeu uma atenção especial da mídia: com a ajuda dos ‘supermaiôs’, os recordes foram quebrados sistematicamente. O americano Michael Phelps foi o grande dono da festa, que teve também o brasileiro Cesar Cielo como vencedor dos 50 metros livres. Agora, a vestimenta está proibida e os recordes passam a ser raridades. O que ainda não está definido é como as marcas que apostam no esporte podem lidar com essa menor visibilidade.

Após a disputa no Pan-Pacífico, César Cielo chegou a afirmar que a Fina (Federação Internacional de Natação) deveria extinguir os recordes conquistados com a ajuda dos ‘supermaiôs’. “Os tempos que fizemos no ano passado devem ser esquecidos”, lamentou Cielo. Essa possibilidade, no entanto, deve ser refutada pela Fina, que foi a responsável pela exclusão da vestimenta nos campeonatos oficiais. Sem eles, o brasileiro perdeu mais de um segundo nos 100 metros livres, categoria que ele mantinha o recorde mundial.

Para Georgios Hatzidakis, as próximas competições podem ter uma queda de números novos, como aconteceu, de fato, no Pan-Pacífico. No entanto, ele vê vantagens em exposição com a nova medida. “O recorde virou uma coisa normal. Agora, quando ele for atingido ele será mais valorizado e terá maior visibilidade”, afirmou Hatzidakis.

Por outro lado, Hatzidakis não nega os recordes tinham um grande apelo. Por isso, acredita na possibilidade de alguma mudança acontecer nos investimentos. “As empresas terão que medir o custo-benefício dessa nova exposição”, afirmou o estudioso em marketing esportivo. Existe, no entanto, uma ponderação. Essa possível avaliação deve ficar restrita ao Brasil.

No país, as marcas que se dispõe a apostar em atletas nacionais, por mais vencedores que esses sejam, são focadas na exposição imediata que eles podem proporcionar. O fato fica evidenciado na dificuldade enfrentada por Corinthians e Flamengo para obter parceiros para Thiago Pereira, Poliana Okimoto e o próprio César Cielo. “Para empresas do exterior, o fato não pesa tanto. Eles trabalham com a imagem do atleta independentemente dos recordes que ele pode conseguir”, afirma Hatzidakis.

Ou seja, Phelps não deve ter maiores problemas nos próximos anos. Já para os brasileiros, resta a esperança da Fina rever as suas decisões.

por EDUARDO LOPES

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