segunda-feira, 6 de junho de 2011

Enxaqueca: a alimentação pode ajudar a combatê-la


A enxaqueca é definida como uma doença crônica, que se caracteriza por dor latejante ou pulsátil, ou seja, aumenta e diminui no ritmo das batidas do coração. Ocorre, geralmente, em apenas um dos lados da cabeça acompanhada de sintomas como náuseas, sensibilidade à luz e ao barulho, e costuma durar mais de quatro horas, podendo doer por dois a três dias seguidos. Ocorre em conseqüência da hiperexcitabilidade dos nervos do tronco cerebral, tendo como conseqüência a dilatação das veias do cérebro, o que provoca a dor.


Uma em quatro mulheres sofre desta doença, mais comum devido à flutuação hormonal que ocorre no período menstrual, entre os 20 e 40 anos de idade. A doença atinge cerca de 10% dos homens. Porém, é importante ressaltar que nem toda dor de cabeça pode ser considerada enxaqueca.


Os principais fatores responsáveis pelas crises ainda não estão totalmente definidos. Ansiedade, fadiga, emoções, tensões, alterações climáticas, iluminação inadequada, poluentes e hábitos alimentares são alguns dos fatores que podem ocasioná-las.


A influência genética é outro importante fator, porém os sintomas só aparecem se a pessoa for exposta ao que se chama de gatilhos. Os mais freqüentes detonadores são:


- Hormônios - a flutuação hormonal que ocorre todos os meses em mulheres, no período menstrual interfere nos mecanismos neurológicos que controlam a dor.


- Fatores Ambientais - estudos apontam que alterações climáticas, como aumento da temperatura, podem causar a crise.


- Alterações na rotina de sono - ficar sem dormir pode causar reações no sistema nervoso central, resultando na dor.


- Estresse - situações estressantes do dia-a-dia podem desencadear uma crise, assim como contribuir para o desequilíbrio neuroquímico.


- Dieta - determinados alimentos possuem em sua composição substâncias que agem diretamente no calibre dos vasos sangüíneos do encéfalo, diminuindo-os (vasoconstrição) e, posteriormente, aumentando-os (vasodilatação).


Como a alimentação pode interferir?

Alimentos que podem desencadear a crise:

· alimentos embutidos, como salsicha e lingüiça, contém nitratos e nitritos, substâncias que aumentam a dilatação dos vasos sangüíneos;

· refrigerantes a base de cola, guaraná, café e o chá mate devem ser evitados, pois possuem cafeína, substância que altera a circulação sanguínea;

· vinho tinto e bebidas espumantes e destiladas em geral possuem fenóis, aldeídos e sulfetos. Essas substâncias estreitam os vasos sangüíneos;

· chocolate, vinho tinto, queijos duros, amendoim, carne defumada e frutas cítricas contêm tiramina, substância que libera prostaglandina, hormônio responsável pela sensação de dor;

· aditivos alimentares, como o glutamato monossódico presente em temperos e alimentos industrializados;

· a fenilalanina, presente em bebidas a base de cola, aspartame e outros alimentos industrializados;


Alimentos que auxiliam no controle da crise:


 os ácidos graxos essenciais auxiliam no controle da dor. Assim, o consumo de azeite de oliva extravirgem orgânico e semente de linhaça é indicado;

· o triptofano ajuda a liberar serotonina, que proporciona sensação de bem estar. Alimentos como a banana, pão integral, arroz integral, feijão e granola contêm essa substância;

· alguns estudos demonstram que a deficiência de magnésio pode representar um importante papel no desenvolvimento da enxaqueca no período menstrual, portanto é importante que se dê atenção á esse mineral, encontrado em folhas verde escuras, soja, leguminosas, cereais integrais (arroz integral, macarrão integral, aveia, quinua, amaranto, pão integral), peixes (principalmente salmão) e ovos;

· alimentos fonte de selênio, como a castanha de caju, castanha-do-brasil, nozes e frutos do mar;

· alimentos fonte de lisina, como ovos, iogurtes naturais, soja e peixes.


Tão importante quanto evitar o alimento errado, é não deixar de alimentar-se. Ficar muito tempo sem se alimentar leva a uma redução do açúcar no sangue (hipoglicemia), que facilmente pode desencadear a crise de enxaqueca. Portanto é importante fracionar a alimentação, realizando de cinco a seis refeições ao dia e evitando permanecer mais de três horas sem se alimentar.


Vale ressaltar que a tolerância de cada indivíduo deve ser respeitada, dando atenção especial à suscetibilidade ao consumo de determinados alimentos. Além disso, uma alimentação adequada pode reduzir a freqüência dos episódios dolorosos de enxaqueca, contribuindo para uma melhor qualidade de vida.



Fonte: Natalia Lautherbach e Thais Souza - Nutricionistas da Rede Mundo Verde


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário