Fonte: Uol.Com.br
Sal com vinagre, sebo de carneiro ou de bode, cocô de cavalo, fumo de corda misturado com álcool e até benzimento. Esses foram muitos dos tratamentos alternativos utilizados por esportistas antigamente.
Esses métodos caseiros que muitos já devem ter ouvido dos avós um dia já fez parte do mundo do esporte, na época em que os clubes pequenos, principalmente do interior, não tinham um departamento médico e quem cuidava dos jogadores eram apenas massagistas, que nem tinham estudo na área.
“No começo da carreira, já vi lá no interior que se usava muito sebo de carneiro e erva santa maria com sal grosso enrolados no tornozelo”, conta o fisioterapeuta do São Paulo Futebol Clube, Ricardo Sasaki. Já o Dr. Eduardo Néri, que já foi médico da seleção brasileira masculina de basquete, afirma que já viu pessoas utilizarem borra de café para ajudar na cicatrização, esterco de cavalo e até mesmo atletas tomando a própria urina para melhorar a performance, mas ele diz que os benefícios desses métodos ainda não foram provados.
Mas quem pensa que essas "maluquices" acabaram se surpreende com as revelações de Ricardo Sasaki. "Aqui no Brasil, nós somos mais americanizados e procuramos tratamentos convencionais, mas na Europa eles usam muito os tratamentos alternativos. Em clubes grandes, já vi o uso de sanguessuga para desinchar e, na Alemanha, (ele não quis revelar o time) já vi gente colocando Profissionais falam sobre os tratamentos de lesões mais inusitados alface na perna do jogador. Aqui a gente colocaria gelo né? Que seria o normal. Aqui nós somos mais mecanicistas, enquanto na Europa é tudo mais manual", conta.
Atualmente, o tratamento à base de placenta utilizado pela fisioterapeuta sérvia Marijana Kovacevic causou muita polêmica, mas se tornou uma referência para jogadores que buscam uma rápida recuperação. Ela já tratou o zagueiro Vincent Kompany, do Manchester City e o meio Dejan Stankovic, da Inter de Milão, e após a rápida recuperação de ambos, Marijana foi procurada também por Van Persie, do Arsenal, além de Fábio Aurélio, Glen Johnson, Yossi Benayoun e Albert Riera, todos do Liverpool.
"Eu nunca vi esse tipo de tratamento, mas se for falar sobre placenta, deve ter alguma relação com fatores de crescimento e substâncias que ajudam na regeneração. Mas ainda não existe nada provado cientificamente", diz o ortopedista Dr. Eduardo Neri.
Sasaki também afirma que nunca ouviu falar sobre o uso de placenta na recuperação. "Conheço o Fábio Aurélio, que já veio se tratar aqui no São Paulo, mas não cheguei ainda a comentar sobre isso com ele. Não posso falar nada sobre esse procedimento, porque não tenho conhecimento”.Mas ele garante que o sistema convencional é muito eficaz, principalmente aqui no Brasil. "Temos muita qualidade, inclusive os clubes mandam jogadores para cá, pois nos tornamos uma referência. Uma vez alguns jogadores do Barcelona vieram se tratar aqui e quando foi publicada uma reportagem mostrando os equipamentos e falando da qualidade do tratamento, o diretor de lá mandou destruir tudo e montar outro centro de recuperação porque eles estavam atrasados em relação a aqui
Quanto a tratamentos alternativos, o Dr. Eduardo não é contra, mas ele afirma que eles não são necessários. "Eu sou adepto da medicina tradicional, até porque os procedimentos normais para cada caso, incluindo a ingestão de medicamentos, estão muito avançados e conseguem dar uma resposta e tratar o paciente. Algumas pessoas têm que ter cuidado para não servirem de cobaias, pois existe muita fraude em se tratando de tratamentos alternativos. Mas de qualquer forma existe também aquela coisa de pessoas que acreditam nos benefícios e isso acaba até ajudando o fator psicológico na hora da recuperação."
por Manoela
Ferreira
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