Pesquisadores americanos criam esquema mostrando a ordem ideal para a realização das atividades físicas
Encorajar as pessoas a praticar uma atividade física é algo que exige criatividade. Uma equipe de professores da Universidade de Missouri, nos Estados Unidos, deu sua parcela de contribuição nesse sentido. Eles criaram uma pirâmide com a hierarquia das atividades físicas ideais para serem realizadas. A “Pirâmide das Minhas Atividades”, como foi batizada, trabalha com proporções. Os degraus vão subindo conforme a quantidade de tempo recomendada para cada atividade, de modo que a inércia - que fica no topo - mereça um espaço mínimo na vida das pessoas.
Na base estão ações que devem ser realizadas com a maior frequência possível, como caminhar, andar de bicicleta e fazer trabalhos domésticos. “Um pouquinho que seja de atividade física já é melhor do que nada”, disse à ISTOÉ o americano Stephen Ball, especialista em fisiologia do exercício e um dos criadores do esquema. No segundo degrau vêm os exercícios aeróbicos. E, mais acima, o fortalecimento dos músculos e o alongamento. A pirâmide feita em Missouri não é a primeira do gênero, mas é a única que condensa as recomendações das Diretrizes de Atividades Físicas para os Americanos, divulgadas no ano passado pelo Departamento de Saúde do governo dos Estados Unidos com o objetivo de combater o sedentarismo.
Sua finalidade é passar a mensagem de que a atividade física deve ser um estilo de vida. “As pessoas podem começar pela base”, recomenda Ball. Está assistindo à televisão? Esqueça o controle remoto e levante-se para mudar de canal. A casa necessita reparos? Faça você mesmo! Precisa fazer compras? Vá a pé e carregue as sacolas. Qualquer contração muscular eleva o gasto energético em relação ao repouso, melhorando o desempenho do corpo. “Dar no mínimo dez mil passos por dia, somando todos os deslocamentos da manhã até a noite, já traz benefício”, avalia Stella Torreão, professora de educação física, do Rio de Janeiro.
A roteirista de televisão Claudia Thevenet, 38 anos, oscila entre as seções da pirâmide, procurando incorporar o máximo de atividades físicas ao seu cotidiano: “Sempre que posso vou aos lugares andando, e nunca uso elevador no meu prédio”.Além disso, pratica uma hora e meia de natação ou corrida diariamente.
A pirâmide sugere um tempo mínimo por semana para os exercícios aeróbicos: duas horas e meia de atividades de intensidade moderada (como caminhadas em passo mais acelerado, hidroginástica ou dança de salão) ou uma hora e 15 minutos de exercícios mais puxados (como natação, corrida ou ginástica aeróbica). Eles podem ser divididos ao longo dos dias, em sessões de pelo menos dez minutos. O treinamento provoca alterações no sistema cardiovascular que reduzem os riscos de infarto e acidente vascular cerebral. “Ele melhora a capacidade de contração do músculo cardíaco e aumenta o número de vasos capilares que levam oxigênio para as células”, explica o cardiologista João Olyntho, do Comitê Olímpico Brasileiro.
Os exercícios de fortalecimento muscular, segundo a pirâmide, demandam menos tempo, embora também sejam importantes. “O condicionamento dos músculos melhora o equilíbrio e a força”, diz Antonio Cláudio Lucas da Nóbrega, da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. O modelo americano sugere a prática pelo menos duas vezes por semana, de uma ou duas séries de exercícios - como flexão de braços, abdominal e levantamento de peso - trabalhando diferentes grupos musculares. O advogado Eduardo Leão Salles, 54 anos, segue a recomendação: intercala a prática de tênis com a musculação. “Com a idade, percebi que era necessário fortalecer músculos para não sofrer lesões”, conta. Os exercícios de flexibilidade, como alongamento, também diminuem os riscos de danos às articulações e aos músculos. A pirâmide sugere sessões mínimas de dez minutos, ao menos duas vezes por semana. No alto está a inatividade.
Fonte: Portal Terra
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