Morte precoce: atriz Brittany Murphy pode ter sido vitimada por overdose
A combinação dos fatores de risco como estresse, hábitos de vida e uso de drogas pode transformar o coração da mulher em uma “bomba relógio”. E por ser cada vez mais freqüente na rotina feminina, a mistura tem feito com que os ataques cardíacos – que costumavam aparecer só depois dos 65 anos – cheguem cada vez mais cedo aos consultórios médicos.
A morte da atriz Brittany Murphy, no domingo, ainda está sendo investigada. Tudo indica, no entanto, que a atriz tenha morrido por conta de uma parada cardíaca. Se isso for confirmado, ela terá entrado para as estatísticas de óbitos causados por problemas no coração aos 32 anos. Por trás da possível pane cardíaca da jovem, pode estar a rotina de medicamentos para vários problemas de saúde, além de um corpo muito franzino com sinais de alimentação inadequada.
“Nos Estados Unidos, a literatura mostra que em 25% dos casos de infartos em menores de 45 anos, existe a associação com o uso de droga”, afirmou o médico da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Rui Ramos. A cocaína é tida pelo especialista como a mais letal para o coração e este entorpecente ganhou espaço no vício feminino, mostra levantamento do Centro Estadual de Tabaco, Álcool e Outras Drogas (Cratod).
Outros fatores
Apesar da contribuição histórica das drogas para os casos de ataques cardíacos na população mais jovem , o cardiologista do Hospital do Coração (HCor), Ricardo Pavanello, afirma que “fatores como hipertensão, diabetes e colesterol aparecem em fases cada vez mais precoces e hoje são mais influentes do que até mesmo as drogas.” No HCor, os jovens – homens e mulheres já representam 5% do total de casos anuais. No passado, não passavam de 1%, diz Pavanello.
“Não preciso nem lembrar que a dupla jornada feminina faz com que as mulheres estejam sob constante ação do estresse. Outra combinação de muito risco é o uso de anticoncepcionais e o fumo”. Segundo ele, é preciso a avaliação rotineira da saúde cardíaca seja antecipada. “Mesmo quem tem menos de 30 anos e vai começar a fazer academia, por exemplo, deveria passar por um check-up”.
No universo de substâncias que ameaçam o coração, os anorexígenos (90% usados por mulheres que desejam emagrecer) também ganham destaque. No Brasil, informou pesquisa do IBGE divulgada semana passada, três em cada dez estudantes de 15 a 19 anos admite que já usou anfetamina.
Fonte:
Fernanda Aranda, iG São Paulo
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