quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Férias 100% seguras

Conheça os principais perigos das férias e saiba como evitá-los

Andréia Meneguete

Foto: Getty Images Ampliar
Crianças na água: supervisão e equipamento adequado são essenciais
Férias escolares são sinônimo de festa, bagunça e muita risada.

 Mas nem sempre tudo ocorre conforme o planejado pelos pais, uma vez que as crianças são imprevisíveis na hora de usar a criatividade para brincar. Resultado? Acidentes. Samir Salim Daher, traumatologista e Secretário da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, diz que o tempo livre permite que as crianças estejam mais expostas a quedas, tombos e traumas. “O aumento do índice de acidentes acontece pelo fato das crianças ficarem mais tempo em casa, sem uma programação de atividades. Isso sem contar a ausência de disponibilidade dos pais para programas de lazer”, conta.
O profissional ainda acrescenta: “É uma época em que primos e amigos se reúnem para fazer o que mais gostam, que é brincar. E como criança não tem limite e muitas vezes não reconhece o perigo, o tempo livre vira um catalisador de possíveis arranhões, fraturas e até mesmo acidentes mais graves. A boa notícia é que 90% dos acidentes com crianças podem ser evitados pela simples adoção de uma cultura de prevenção.
Alessandra Françoia, coordenadora nacional da ONG Criança Segura, reforça a importância de adaptar a casa e os espaços em que a criança vive, adotando dispositivos de segurança nos ambientes da casa, como escadas, quinas de móveis e piscinas.
 “Não se pode pensar que o mal só acontece com os outros. Temos que entender que acidentes com nossos filhos são uma realidade, ainda mais nas férias”, enfatiza. Mais de 5 mil crianças morrem por causa de lesões não-intencionais ou acidentes acontecidos em casa, e cerca de 140 mil são hospitalizadas anualmente, conforme pesquisa do Ministério da Saúde.
Para proteger o seu filho, aprenda as principais medidas de prevenção contra cada um dos perigos das férias.

Afogamento

O afogamento é a principal causa de morte infantil. Somente no ano de 2007, no último levantamento feito pelo Ministério da Saúde, 1382 menores morreram afogados. “A maioria dos casos acontece em locais de água doce, como rios, lagos, cachoeiras e piscinas”, explica Alessandra. É possível evitar este tipo de acidente desde que haja muita atenção nos clubes, praias e cachoeiras onde você está com seu filho. Outro ponto importante é deixar baldes e banheiras vazias e sempre longe do alcance daqueles que estão aprendendo a andar. A curiosidade pode ser fatal.
Um estudo apresentado pelo ONG Criança Segura mostra que o tempo de deixar a criança na banheira para pegar uma toalha – cerca de 10 segundos – é suficiente para que ela fique submersa. Alessandra dá uma dica para evitar acidentes na piscina: colocar um sonorizador no local. Assim, todos saberão quando tiver alguém dentro da água. E não pense que apenas um minutinho ausente nada por acontecer. Esteja sempre por perto e atenta.

Queda da laje


Engana-se que só caem de lugares altos crianças que são empurradas propositalmente. Pelo contrário: crianças morrem ou ficam gravemente feridas ao cair, por distração, de locais altos que não são resguardados com a devida segurança, como lajes – muitas vezes, mesmo que estejam acompanhados dos pais. Segundo pesquisas feitas por estudantes da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo, 45 % desses acidentes acontecem em casa com crianças que brincam com pipa ou acompanham os adultos em eventos, como churrascos. “A falta de espaço nas casas de famílias menos privilegiadas financeiramente torna a parte superior da residência a única área disponível para o lazer”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, Cláudio Santili. A prevenção pode ser feita com proteção de portas de ferro em cada entrada das escadas, além de redes de proteções nas janelas e batentes.
Mas o que fazer se houver uma queda? O traumatologista Samir Salim Daher ressalta a importância de se manter a calma e levar imediatamente a criança para o pronto socorro mais próximo ou de confiança da família. “É importante que os pais conversem com a criança para ver se ela pode falar o que sente e o que feriu. Caso haja uma fratura muito grande, é melhor chamar o serviço de resgate”, afirma.

Dente quebrado

Não se pode colocar as crianças dentro de uma redoma, muito menos proibi-las, em plenas férias, de brincar com bicicletas, skates e patins. Mas dá para minimizar as possibilidades de traumas dentários, comuns nestas brincadeiras. Itens de segurança como joelheira, cotoveleira e capacete não podem falar na hora da bagunça.
Se houver uma queda, o cirurgião-dentista Hugo Lewgoy tranquiliza os pais: “Não se impressione com sangramento na região da boca, pois é comum em casos de batidas”. É importante manter a calma e lavar a região com água. Deve-se estancar a hemorragia com gaze ou tecido limpo. Se não melhorar, procure um pronto-socorro imediatamente”, alerta o cirurgião-dentista.

Alergia a picadas

A combinação de chuva e calor resulta em insetos por todos os lados, principalmente em regiões litorâneas e serranas. Com isso, as crianças são as principais vítimas de picadas e alergias. O ideal é começar repelindo os insetos: o uso de aromas de eucalipto e limão podem ajudar a afastar esses intrusos do ambiente e garantir a comodidade, principalmente de crianças menores de seis meses que ainda não podem usar repelentes (leia 7 respostas sobre o uso de repelentes em crianças).
Para evitar o transtorno, a dermatologista Cristiane Braga sugere caprichar na alimentação. “A ingestão de vitaminas do complexo B também são uma forma segura de afastar os insetos”, garante a dermatologista. Para isso, basta comer alimentos como arroz integral, aveia, amendoim e ovos semanas antes da exposição ao ambiente. Se houver picadas, a dica é lavar o local com água misturada a algumas colheres de amido de milho. A receita permite a secagem das feridas e alivia a coceira.


Insolação
Protetor solar, chapéu, camiseta e água, muita água, não podem faltar nos itens que acompanham o passeio de verão. A ordem máxima é evitar exposição direta ao sol entre as 10 e as 16 horas. A insolação apresenta sintomas incômodos e perigosos, como vermelhidão, assaduras, bolhas, sonolência, falta de apetite e tontura. “Dependendo do grau da queimadura,

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