domingo, 6 de junho de 2010

Competições e fadiga

A fadiga, sensação geral de cansaço, pode ser definida, no caso da natação competitiva, como uma redução da velocidade. Ela é uma conseqüência natural da competição e não pode ser prevista, mas retardada. As razões para redução da velocidade não são as mesmas em todas as provas e distâncias. A fadiga pode ocorrer em distâncias tão curtas como as de 25 metros, onde os atletas não conseguem manter sua velocidade máxima todo o tempo. Eles diminuem sua velocidade apesar de não sentirem qualquer dor e não estarem exaustos. Por outro lado os nadadores em provas de 800 metros sentem a fadiga quando não conseguem manter o ritmo desejado e completam a prova em uma velocidade menor. Conclui-se então que existem diferentes tipos de fadiga, e que há, portanto, necessidade de se conhecer melhor as suas causas.

FADIGA EM PROVAS DE 50 METROS

Manifesta-se pela dificuldade de se manter altas velocidades durante toda a prova.

Parte do combustível utilizado pelos músculos para que se possa nadar esta distância em alta velocidade está armazenado na célula muscular e tem curta duração (cerca de 10 segundos). Quando esta reserva de energia acaba, os músculos tendem a buscar mais energia utilizando outro mecanismo fisiológico. Este mecanismo produz energia para o músculo através de reações químicas em nível celular e estas reações são lentas para a produção de energia num tempo tão curto e não conseguem suprir os músculos com a energia necessária. Por isso surge a fadiga, tanto maior quanto maior for a velocidade nos primeiros 25 metros da prova.

Acreditamos que, a maioria dos nadadores Masters, atletas que nadam provas de 50 metros com tempos acima de 30 segundos vale experimentar estratégias para essas provas, onde os primeiros 25 metros sejam nadados de forma veloz, mas não a máxima, deixando para o final da prova a busca de uma maior velocidade.

FADIGA EM PROVAS DE 100/200 METROS

Ocorre geralmente nos 50 metros finais e caracteriza-se pela dificuldade em se manter ou aumentar a velocidade. Os nadadores sentem dores musculares e sensação de perda de força.

A velocidade nestas provas é, geralmente alta e as células musculares não conseguem produzir energia em quantidade suficiente para manter os músculos em movimento. Por outro lado, as reações químicas que ocorrem nas células musculares a fim de produzirem energia, nesta intensidade, provocam o aparecimento do ácido lático, principal responsável pela fadiga nas distâncias de 100/200 metros.

Aconselhamos aos nadadores o estudo cuidadoso das táticas de suas provas, pois uma velocidade alta na primeira metade da prova pode acelerar o aparecimento dos sintomas da fadiga, fazendo com que os resultados esperados não sejam alcançados.

FADIGA EM PROVA DE 400/800 METROS

Ocorre quando os nadadores aceleram demais nas primeiras passagens, sendo obrigados a reduzir o ritmo durante a prova. Os nadadores podem sentir dores musculares e sensação de perda de força.

Se um nadador inicia essas provas em ritmo muito forte, será obrigado a diminuí-lo, para que possa terminá-lo. São muitos os que nadam forte no início da prova, reduzem a velocidade durante algum tempo e conseguem acelerar nos metros finais.

Acreditamos que o sucesso nessas provas depende muito dos treinamentos realizados. Os nadadores devem conhecer seus limites e possibilidades. Como as provas são longas, os músculos buscam a energia através de reações químicas que produzem muita energia e, dependendo a intensidade deixam de provocar o aparecimento da fadiga como, nas provas de 100/200 metros. Existe um ritmo ideal para cada um, dependendo de seu treinamento. Procurem informações com seus técnicos e seu desempenho nessas provas será muito melhor e como conseqüência, seu tempo melhorará e quem sabe talvez um recorde seja batido.

Fonte: Waldyr Mendes Ramos

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