Ela é fofa, ela é gostosa, ela é quentinha. Como encontrar o equilíbrio
texto Marcelo Jucá | fotos Flavio Demarchi | Design Kareen Sayuri
“A preguiça é a mãe de todos os vícios, mas uma mãe é uma mãe, e é preciso respeitá-la, pronto!” Freud? Chico Xavier? Não, provérbio de internet. O poeta Mário Quintana tem uma frase parecida. “A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda.”
As frases definem de maneira simples e verdadeira o famoso estado responsável por bocejos e espreguiços sem fim. Pois de certa forma a preguiça é um “protesto” pelos tempos acelerados em que vivemos. Com o ritmo de vida cada vez mais vertiginoso, parece ser irresistível o convite para desencanar daquelas tarefas que nos consomem diariamente. Basta olhar para o lado e perceber que o tempo e o espaço dedicados à preguiça estão cada vez mais escassos. Pois é fácil imaginar que damos mais atenção às tarefas que para nossa própria vida.
O médico Jomar Souza, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, diz que há o lado bom e o lado ruim da preguiça. E, como tudo, é necessário equilíbrio para curtir momentos de relaxamento sem que isso altere a funcionalidade nas diferentes áreas de sua vida. “Todos nós, em vários momentos da vida e do cotidiano, vamos sentir preguiça que pode ser de uma ação física e/ou mental. Isso pode, por exemplo, estar relacionado com o biorritmo de cada um”, diz Souza.
Cinco minutinhos
Todo mundo sabe: a imagem da preguiça não é das melhores. Pelo menos em sociedades competitivas. Na cultura brasileira ela é personificada, por bem ou por mal, pelo Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, e por Macunaíma, de Mário de Andrade. Além disso, a preguiça aparece tanto como um dos sete pecados capitais quanto no pop: Garfield, o gato, odeia segundas-feiras.
Jomar Souza explica que desfrutar da preguiça faz bem, relaxa o corpo e a mente, além de ser saudável por frear o ritmo alucinado atual, em que nos habituamos a desempenhar diversas tarefas simultaneamente. Por outro lado, abusar dela pode ser prejudicial. Ao ultrapassar o limite daquele repouso breve e restaurador, voltar às atividades anteriores pode se tornar muito mais difícil. É como que se tivesse de aquecer novamente, e essa força empregada acaba consumindo mais energia do que se tivesse controlado a tentação.
Nesse caso, Souza afirma que pode ser um quadro de estafa ou mesmo depressão, demandando atenção. “Tido como preguiçoso, o Jeca Tatu era, na realidade, subnutrido, com condições de vida que lhe impunham uma série de problemas. Não era preguiça. Era doença”, diz.
O exemplo simples e comum da preguiça exagerada pode ser comparado ao dos cochilos. Todo mundo sabe que é sempre bom tirar um cochilo, pois durante o processo recobramos uma porcentagem da energia descarregada ao longo do dia. Contudo, ao abusarmos dezenas de minutos a mais do que o recomendado, o cérebro entra em um processo de descanso mais profundo, parecido com aquele do sono noturno. Assim, ao acordar, a pessoa pode se sentir cansada como se nem tivesse relaxado por um minuto.
As frases definem de maneira simples e verdadeira o famoso estado responsável por bocejos e espreguiços sem fim. Pois de certa forma a preguiça é um “protesto” pelos tempos acelerados em que vivemos. Com o ritmo de vida cada vez mais vertiginoso, parece ser irresistível o convite para desencanar daquelas tarefas que nos consomem diariamente. Basta olhar para o lado e perceber que o tempo e o espaço dedicados à preguiça estão cada vez mais escassos. Pois é fácil imaginar que damos mais atenção às tarefas que para nossa própria vida.
O médico Jomar Souza, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, diz que há o lado bom e o lado ruim da preguiça. E, como tudo, é necessário equilíbrio para curtir momentos de relaxamento sem que isso altere a funcionalidade nas diferentes áreas de sua vida. “Todos nós, em vários momentos da vida e do cotidiano, vamos sentir preguiça que pode ser de uma ação física e/ou mental. Isso pode, por exemplo, estar relacionado com o biorritmo de cada um”, diz Souza.
Cinco minutinhos
Todo mundo sabe: a imagem da preguiça não é das melhores. Pelo menos em sociedades competitivas. Na cultura brasileira ela é personificada, por bem ou por mal, pelo Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, e por Macunaíma, de Mário de Andrade. Além disso, a preguiça aparece tanto como um dos sete pecados capitais quanto no pop: Garfield, o gato, odeia segundas-feiras.
Jomar Souza explica que desfrutar da preguiça faz bem, relaxa o corpo e a mente, além de ser saudável por frear o ritmo alucinado atual, em que nos habituamos a desempenhar diversas tarefas simultaneamente. Por outro lado, abusar dela pode ser prejudicial. Ao ultrapassar o limite daquele repouso breve e restaurador, voltar às atividades anteriores pode se tornar muito mais difícil. É como que se tivesse de aquecer novamente, e essa força empregada acaba consumindo mais energia do que se tivesse controlado a tentação.
Nesse caso, Souza afirma que pode ser um quadro de estafa ou mesmo depressão, demandando atenção. “Tido como preguiçoso, o Jeca Tatu era, na realidade, subnutrido, com condições de vida que lhe impunham uma série de problemas. Não era preguiça. Era doença”, diz.
O exemplo simples e comum da preguiça exagerada pode ser comparado ao dos cochilos. Todo mundo sabe que é sempre bom tirar um cochilo, pois durante o processo recobramos uma porcentagem da energia descarregada ao longo do dia. Contudo, ao abusarmos dezenas de minutos a mais do que o recomendado, o cérebro entra em um processo de descanso mais profundo, parecido com aquele do sono noturno. Assim, ao acordar, a pessoa pode se sentir cansada como se nem tivesse relaxado por um minuto.
Deixe de ser Jeca
Como escreveu certa vez o colunista Eugenio Mussak: “A preguiça é mesmo seletiva. Como nosso primeiro pensamento é o de nosso cérebro mais primitivo, aquele que seleciona seus interesses pelo prazer ou pelo atendimento a uma necessidade imediata, temos, em princípio, preguiça para fazer qualquer coisa que só irá dar prazer ou resultado depois de algum tempo”.
É assim mesmo. Selecionamos atividades, a ponto de fazer um enorme esforço para jogar futebol no sábado de manhã, enquanto reclama-se o resto dos dias por ter de acordar para trabalhar ou estudar. Um bom método para iniciar o controle contra a preguiça excessiva é a disciplina, como destaca Mussak. “Ter disciplina pessoal significa decidir o que deve ser feito, e fazer. E isso não pode depender da vontade do momento. O emocional só sabe diferenciar o agradável do desagradável, o que não serve como critério para as grandes decisões”, diz.
A lição que fi ca é: todos nós temos nosso tempo de fazer as coisas. É importante sabermos dosar trabalho, amigos, família, lazer e descanso. Algum tempo de preguiça não faz mal. A disciplina é importante para entender que, infelizmente, não somos senhores das nossas horas e precisamos abdicar da preguiça e entrar em ação para fazer o que deve ser feito.
Prato leve
Dos muitos momentos de preguiça consagrados por gregos e troianos, aquele momentinho de leseira depois do almoço é um dos mais difíceis de resistir. Nem sempre é regra, mas um dos principais fatores que influenciam e ditam o tamanho da preguiça são os alimentos ingeridos. Como explica a nutricionista Daniela Jobst, a LIVROS O Livro da Preguiça, Gillian Borges, Mercuryo Da Preguiça como Método de Trabalho, Mario Quintana, Globo alimentação é muito particular de cada indivíduo, e alguns possuem algumas restrições. Por isso, o ideal é que, independentemente do que se coma, todos sigam algumas regras básicas, apesar de serem velhas conhecidas e quase ninguém cumpri-las.
Primeiro, as refeições devem ser fracionadas ao longo do dia – buscando- se comer frutas de duas a três horas. Também não é recomendável beber durante as refeições: contudo, não é para cortar o líquido de vez. A nutricionista pede atenção para que se evite aqueles alimentos que não caírem bem. E, por fim, que se coma devagar.
Autoras do livro A Dieta dos Preguiçosos, Helena Sampaio e Maria Olganê Sabry afirmam que as pessoas querem se alimentar de forma prática e, ao mesmo tempo, comer alimentos saborosos e saudáveis. Mas a preguiça de preparar um prato correto (fazer mercado, cozinhar, lavar louça...) e buscar informações a respeito estimula o consumo de lanches e pratos congelados, que oferecem mais prejuízos que qualidades. Para espantar a preguiça, além da alimentação mais balanceada, obviamente, a prática de exercícios físicos é essencial.
Como escreveu certa vez o colunista Eugenio Mussak: “A preguiça é mesmo seletiva. Como nosso primeiro pensamento é o de nosso cérebro mais primitivo, aquele que seleciona seus interesses pelo prazer ou pelo atendimento a uma necessidade imediata, temos, em princípio, preguiça para fazer qualquer coisa que só irá dar prazer ou resultado depois de algum tempo”.
É assim mesmo. Selecionamos atividades, a ponto de fazer um enorme esforço para jogar futebol no sábado de manhã, enquanto reclama-se o resto dos dias por ter de acordar para trabalhar ou estudar. Um bom método para iniciar o controle contra a preguiça excessiva é a disciplina, como destaca Mussak. “Ter disciplina pessoal significa decidir o que deve ser feito, e fazer. E isso não pode depender da vontade do momento. O emocional só sabe diferenciar o agradável do desagradável, o que não serve como critério para as grandes decisões”, diz.
A lição que fi ca é: todos nós temos nosso tempo de fazer as coisas. É importante sabermos dosar trabalho, amigos, família, lazer e descanso. Algum tempo de preguiça não faz mal. A disciplina é importante para entender que, infelizmente, não somos senhores das nossas horas e precisamos abdicar da preguiça e entrar em ação para fazer o que deve ser feito.
Prato leve
Dos muitos momentos de preguiça consagrados por gregos e troianos, aquele momentinho de leseira depois do almoço é um dos mais difíceis de resistir. Nem sempre é regra, mas um dos principais fatores que influenciam e ditam o tamanho da preguiça são os alimentos ingeridos. Como explica a nutricionista Daniela Jobst, a LIVROS O Livro da Preguiça, Gillian Borges, Mercuryo Da Preguiça como Método de Trabalho, Mario Quintana, Globo alimentação é muito particular de cada indivíduo, e alguns possuem algumas restrições. Por isso, o ideal é que, independentemente do que se coma, todos sigam algumas regras básicas, apesar de serem velhas conhecidas e quase ninguém cumpri-las.
Primeiro, as refeições devem ser fracionadas ao longo do dia – buscando- se comer frutas de duas a três horas. Também não é recomendável beber durante as refeições: contudo, não é para cortar o líquido de vez. A nutricionista pede atenção para que se evite aqueles alimentos que não caírem bem. E, por fim, que se coma devagar.
Autoras do livro A Dieta dos Preguiçosos, Helena Sampaio e Maria Olganê Sabry afirmam que as pessoas querem se alimentar de forma prática e, ao mesmo tempo, comer alimentos saborosos e saudáveis. Mas a preguiça de preparar um prato correto (fazer mercado, cozinhar, lavar louça...) e buscar informações a respeito estimula o consumo de lanches e pratos congelados, que oferecem mais prejuízos que qualidades. Para espantar a preguiça, além da alimentação mais balanceada, obviamente, a prática de exercícios físicos é essencial.
Segura o tchan!
LIVROS
O Livro da Preguiça, Gillian Borges, Mercuryo
Da Preguiça como Método de Trabalho, Mario Quintana, Globo
LIVROS
O Livro da Preguiça, Gillian Borges, Mercuryo
Da Preguiça como Método de Trabalho, Mario Quintana, Globo
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