quinta-feira, 15 de setembro de 2011

GOSTINHO QUE VEM DO MAR - Piscina Salinizada


Swim It Up! Clipping - Carolina Carabalho


Coordenador de esportes , Fabiano Falador calcula que a procura pelas piscinas salinizadas aumentou em 60%. ‘‘Depois que nadam em água tratada por sal, os alunos não querem saber da piscina clorada. A salinizada é muito mais saudável que a clorada’’, afirma.

A diferença básica entre uma e outra é o tipo de cloro usado. Enquanto o sistema de limpeza tradicional usa a substância industrializada, na salinização ela é produzida naturalmente (leia quadro). Menos componentes químicos e sal em baixa dosagem — a água salinizada é seis vezes menos salgada que a do mar e duas vezes menos que a lágrima — são o segredo do bem-estar.

A universitária Letícia de Lima Bastos, 20 anos, precisou de um tempo para se adaptar à água salinizada. ‘‘Saí da piscina com um gostinho salgado na boca’’, diz. Passada a fase de estranhamento, ela garante que hoje só vê benefícios. ‘‘O biquíni se mantém mais conservado. Depois do banho, não fico com cheiro de cloro impregnado no corpo. E minha pele e meu cabelo ficaram menos ressecados’’, explica.

Não que o sal em si traga tantos benefícios. De acordo com a dermatologista Ana Maria Costa Pinheiro, ele também resseca pele e cabelo. ‘‘O problema das piscinas cloradas é que, para manter a água limpa, é preciso usar uma quantidade muito grande de cloro. Por isso, a agressão é maior’’, explica. Além disso, as substâncias usadas na fabricação do cloro industrial são prejudiciais à saúde.

Para Leandro Batista, 24 anos, as diferenças entre o método de limpeza novo e o tradicional vão além da questão estética. O policial militar aprendeu a nadar há cinco meses em uma piscina salinizada. E reclama cada vez que tem que fazer o esporte em água clorada. ‘‘Sinto maior dificuldade para flutuar. Além disso, meus olhos ardem demais’’, reclama.

Refém de uma rinite alérgica violenta, Luciana Paiva Luquez, 34 anos, valoriza a salinização como alguém que quase desistiu de fazer natação. A água clorada irritava as vias nasais da engenheira florestal. E nadar por alguns minutos era garantia de espirros para o resto do dia. ‘‘Na água salinizada não sinto incômodo nenhum. Agora, posso nadar todos os dias sem sofrer com a minha alergia’’, conta.

Equipamentos

Se os usuários aprovaram o método por questões ligadas à estética e à saúde, os empresários não puderam deixar de pensar no bolso. De acordo com Marcos Vinícius Bacelar, empresário do ramo, o único gasto substancial para salinizar a água da piscina é o equipamento. O preço vai depender do tamanho da piscina. O eletrolisador para uma semi-olímpica — com 25x12m, 1,5m de profundidade e 500 mil litros de água —, fica em torno de R$ 25 mil. (salientamos que para piscinas residenciais o valor é 15 vezes menor).

A instalação também não é trabalhosa. ‘‘Aproveitamos o sistema tradicional da casa de máquinas e apenas acoplamos o equipamento’’, explica Vinícius. Piscinas construídas como tanques de água — sem bomba e filtro — não podem ser salinizadas.

Depois de instalado o aparelho, a única manutenção que a piscina salinizada exige é a aspiração. Por mês, Vinícius calcula que devam ser desembolsados de R$ 300 a R$ 500. ‘‘Assim, o custo do equipamento é pago em cerca de um ano e meio’’, explica.

COMO É A SALINIZAÇÃO

O sal é colocado na água, sempre na proporção de 3 a 4 gramas para um litro

A água salgada passa pelo eletrolisador, aparelho responsável pela eletrólise do sal. A molécula de sal (NaCl) é quebrada, formando o cloro natural

Liberado na água, o cloro evapora, deixando para trás o sal. Assim, a água nunca deixa de estar salgada. E o ciclo não termina

Fonte: Correio Braziliense

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