sábado, 30 de março de 2013

O Nado Crawl

NADO CRAWL


Caracteriza por nadar sobre a água com uma ação alternada de membro superior, mas sempre subaquática, enquanto os membros inferiores realizam um movimento de tesoura.




DESCRIÇÃO DA TÉCNICA


O nadador deverá estar em decúbito ventral mantendo-se um bom alinhamento horizontal como lateral para uma melhor hidrodinâmica.

Um ciclo consiste numa braçada com o membro superior esquerdo e outra braçada com o membro superior direito e um número variável de pernadas. 

A cabeça deverá estar em posição natural, com o tronco em extensão total. Favorece o nadador ao rolamento no eixo sagital, melhorando a propulsão com o quadril.

Para ter um bom entendimento da locomoção humana no meio aquático, é necessário conhecer que forças atuam no mesmo quando submerso na água. 

AÇÃO DAS PERNAS




- Movimentos de flexão de quadril, onde os músculos envolvidos são PSOAS, ILÍACO, RETO FEMORAL, GRÁCIL, PECTÍNEO, SARTÓRIO.


- Movimento de extensão de joelho onde o músculo envolvido é o quadríceps

- Movimento de extensão de tornozelo onde o músculo envolvido é o tríceps sural.




Forças atuantes no nado Crawl em Atletas olímpicos e Para-olímpicos

Em um atleta paraolímpico de natação, os movimentos dos músculos do quadril, joelho e tornozelo não serão utilizados para dar velocidade e impulso durante o nado. Com isso o vetor de força que atuara no atleta será: o seu peso e a resistência da água será bem maior dificultando o seu desempenho durante o seu nado. Então para compensar os movimentos das pernas, o atleta necessita de um preparador físico para fortalecer a musculatura do ombro (manguito rotador) e assim evitar lesões futuras caso necessite de um esforço extremo para vencer uma competição.




Lesão causada por movimentos repetitivos do Manguito Rotador:


Em 2004, Busso descreveu em seu estudo que o Manguito Rotador (MR) é uma estrutura que possui um papel crucial durante o ciclo da categoria crawl, da seguinte maneira: o supraespinhoso realiza tração, roda externamente e abduz o ombro na recuperação; o infra-espinhal estabiliza a articulação no início da recuperação; o subescapular realiza tração, rotação interna nos estágios de propulsão, e adução do braço; e o redondo menor age como estabilizador em todas as etapas.

Observando as orientações do membro superior durante o nado crawl, atestaram que o maior pico de sobrecarga recai sobre o ombro no momento em que há elevação máxima do braço (para que o mesmo entre na água) e quando o ângulo de rotação interna ultrapassa seu limite normal de amplitude ativa, o que ocorre na fase de recuperação.

Apesar de a natação apresentar baixo risco traumático, seu próprio gesto esportivo pode contribuir para o aparecimento de lesões, principalmente se este não for orientado corretamente. Condições como trabalhar com o membro superior constantemente elevado, agregando padrões repetidos de rotações interna e externa somada ainda à resistência imposta pela água, predispõem o ombro a sofrer micro traumas por sobrecarga e desgaste articular.

O comprimento da braçada é influenciado pelas forças propulsivas (com sentido do deslocamento do nado) e resistentes (com sentido oposto ao do nado). 

A força propulsiva tem algumas particularidades, pois no crawl a braçada é a maior fonte de propulsão de todos os estilos; na mariposa, as pernas e braços dão relativamente à mesma capacidade de propulsão; nos bruços as pernas geram mais forças propulsivas que os braços; em costas, como no crawl, os braços têm maior capacidade de gerar propulsão. Há duas formas de gerar este tipo de forças no nado que é a sustentação ou então pelas forças exercidas pelos braços dentro de água. As forças resistentes podem ser de três tipos: de onda, de superfície e de forma. Quanto à freqüência da braçada, a fase da recuperação tende a ser mais curta do que a fase de puxada à exceção do bruços, onde esta diferença é menor. Para modificar a duração das braçadas (frequência da braçada) o desportista pode modificar o gesto do movimento do seu braço, ajustar a amplitude dos movimentos ou então pode alterar a intensidade da força aplicada. Assim a relação frequência/comprimento da braçada tem de ser otimizada achando o seu valor ótimo para o rendimento máximo. Com esta conjectura podemos concluir que tanto pernas como braços têm três funções: propulsiva, de diminuição das forças resistentes e ambas. 

Outro fator importante da natação é a “mecânica” dos fluidos porque todo o movimento nos desportos é influenciado pelo fluido em que ocorre, um nadador compete simultaneamente em dois meios fluidos diferentes (água e ar) e o seu movimento é influenciado pelos efeitos que cada um tem sobre as partes do seu corpo que se deslocam através dele. Uma pessoa que é capaz de flutuar com facilidade provavelmente aprenderá a nadar mais rapidamente do que uma que flutua somente com dificuldade ou simplesmente não o faz, um nadador campeão que flutua alto na água provavelmente encontrará menos resistência ao seu movimento para frente do que um que não consegue flutuar tão bem. 


Por fim, para um programa de prevenção completo, fatores como duração, intensidade e freqüência dos treinos devem ser ponderadas para conter a “síndrome do supertreinamento”.



Por: Bruno Castro

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