Quando aprendemos a nadar, o estilo mais
ensinado é o crawl. Apesar do estilo peito ser inato às reações de
sobrevivência desenvolvidas pelos antigos samurais e gregos, e por assim dizer,
mantido durante séculos por certas culturas, é o estilo crawl que mais imprime
velocidade e capacidade de reação imediata. E nesse sentido, na maioria das vezes,
escolinhas ou clubes de natação quando são solicitados ensinam de imediato o
crawl e relegam os demais estilos ou mesmo as devidas técnicas que envolvem
todo o desenvolvimento do nado, conforme o aprendiz demonstre interesse.
O estilo tem pouco mais de um século e meio,
desde suas oficiais aparições e não é dos mais recentes na sequência antes do
estilo costas, do estilo borboleta e da combinação medley. Apesar de ser
observado como um dos estilos mais competitivos, o crawl nem sempre é ensinado
ou treinado segundo técnicas adequadas que lhe conferem equilíbrio, propulsão e
agilidade. O resultado pode implicar tanto o desinteresse da maioria dos
atletas que se desanimam por não desenvolver bem o estilo, quanto problemas de
isonomia estrutural do corpo humano no decorrer do tempo.
A posição e o giro da cabeça durante o nado e a
respiração, o giro alternado das braçadas coordenado ao giro dos ombros com o
peitoral, a posição do quadril, a manutenção do paralelismo das pernadas e o
estiramento dos dedões dos pés são alguns dos pontos a serem observados a
partir do início, quando alguém quer aprender a nadar. Geralmente, a técnica
empregada muitas vezes não deveria ser vista como modelo reservado a
“superatletas”, mas sim encarada como a melhor forma de promover a satisfação
que o nado pode oferecer. Não se trata de “imitar” superatletas, mas sim de
desenvolver um estilo de nado adequadamente, conforme seu objetivo maior na
natação é promover satisfação durante o exercício físico, desenvolvendo todas
as áreas musculares envolvidas nos movimentos de forma proporcional e equilibrada.
Na maioria das vezes, quando estamos nadando o
estilo sem um acompanhamento técnico adequado sequer damos importância a tais
detalhes, de modo que não se surpreende alguém chegar numa competição e não obter
o resultado esperado, diante das diversas situações que implicam diversas
reações corporais que estarão “fora de estilo”.
Observar-se ou deixar-se avaliar é um dos
primeiros passos para eventuais correções técnicas do crawl. Até porquê quando alguém
deixa de nadar por um período considerável, “automaticamente” a coordenação dos
movimentos sofre certa dose de interferência com outros movimentos musculares
do dia a dia. Mas isso não é determinante, sem que uma temporada de treinamento
possa corrigir os desequilíbrios técnicos. E observar adequadamente a técnica
do estilo implica buscar passo a passo aplicar as devidas correções.
Demonstração técnica do estilo crawl |
Técnica das pernadas |
Demonstração do giro de ombro coordenado ao da braçada |
Mesmo que seu estilo esteja pra lá de irregular
com braçadas com giro deficiente (uma gira completo e a outra não), tesouradas
nas pernas ou cabeça pra baixo etc., nunca é tarde para uma autoavaliação que
tanto pode ser feita com observação de um técnico em natação ou mesmo quanto com
fotos ou vídeos de si mesmo. E em cada treinamento, obervar a parte deficiente
e irregular, buscando correção parte a parte. Raramente, um atleta conseguirá
corrigir todas as suas deficiências técnicas de uma vez. Uma vez que um atleta
se vê capaz de identificar seus erros técnicos, ele também será capaz de
decidir um plano de trabalho para a devida correção. Nada tão importante e
satisfatório que objetivar uma correção técnica e encontrar resultados pra lá
de surpreendentes.
Técnica da braçada na fase aérea |
Técnica da braçada na fase aquática Fonte: Swimmer UFRN |
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