Fonte: Correio Braziliense
Cereal é fonte de proteínas, fibras, cálcio, ferro e carboidratos.
Quinoa é indicada para a as pessoas com intolerância ao glúten.
Cultivado há mais de 2 mil anos pelos povos incas, que habitaram a Cordilheira dos Andes em uma latitude de mais de 3,6 mil metros, o grão de quinoa chamou a atenção de pesquisadores brasileiros. Um estudo desenvolvido na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF/USP) descobriu formas de aumentar o valor nutricional de alimentos e criar novas misturas usando o cereal. “O objetivo era encontrar uma forma de produzir novos alimentos sem fazer uso da farinha de trigo. Para isso, fizemos recheios para bombons, massa para bolos, biscoitos, todos misturados com o grão de quinoa. Dessa forma, colocamos um alimento saudável com produtos variados”, explica a professora e pesquisadora da USP Suzana Lannes.
O grão era o principal alimento do império inca, mas quase desapareceu depois da conquista espanhola, no século 16. O colonizador, interessado apenas na exploração dos metais preciosos, queimou as plantações e subjugou os conhecimentos dos povos nativos. A quinoa quase desapareceu, mas foi guardada como um tesouro sagrado e plantada em pequenos sítios de agricultura familiar no Peru e na Bolívia. Nos últimos anos, o alimento foi redescoberto por cientistas e nutricionistas, e chama a atenção do mundo inteiro pelo seu potencial nutritivo.
A ideia para o experimento partiu da pesquisadora peruana Adelaida Geovanna Salas, quando observou que no Brasil o grão ainda era muito pouco conhecido. “No Peru, a quinoa é muito consumida. É um grão tradicional, chamado de ‘grão de ouro’ pelos mais velhos, por sua importância para a saúde. Aqui, poucas pessoas têm o hábito de consumi-lo, basicamente aqueles mais preocupados com uma dieta mais equilibrada e saudável. O objetivo era mudar esse quadro e trazer um novo produto para a mesa dos brasileiros”, conta Adelaida.
O cereal é fonte de proteínas, fibras, cálcio, ferro e carboidratos, e considerado um dos alimentos mais completos que existem. Por isso, os cientistas se interessam tanto pelo alimento andino. Pesquisas com a quinoa também estão sendo realizadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e como o solo brasileiro se mostrou apto para o seu cultivo, as pesquisadoras acreditam que em um futuro próximo o cereal será mais apreciado. “O interesse cresceu muito nos últimos anos, mas para que a indústria comece a investir nos produtos que usam a quinoa é preciso que o grão esteja disponível como matéria-prima, o que ainda não ocorre atualmente”, afirma Suzana.
A nutricionista mineira Gabriela Goulart aponta várias formas de consumir a quinoa que podem ser incorporadas à alimentação. “Ela é muito parecida com a aveia, e também pode ser misturada em vários pratos. Em mingaus e biscoitos e até na almôndega a quinoa fica uma delícia. E o mais importante: é uma opção a mais na dieta das pessoas que tem intolerância ao glúten, os celíacos”, diz Gabriela.
Alternativa saudável
A intolerância ao glúten é um problema que afeta cerca de 300 mil brasileiros, segundo estudo divulgado pela Universidade de Brasília (UnB), e pelo menos 25 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS). Os portadores da doença celíaca têm de eliminar o glúten da dieta para que a digestão funcione normalmente e, em alguns casos, a dieta estritamente sem glúten tem que ser mantida por toda a vida.
Entre os sintomas da doença estão dores abdominais, úlceras na boca e má absorção dos nutrientes no intestino. A causa da doença está relacionada com predisposições genéticas e não existe uma cura para o problema. “Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a doença celíaca pode causar danos sérios à saúde. Os danos no organismo ocorrem por causa de um desequilíbrio da mucosa intestinal e podem atrapalhar o funcionamento de todo o corpo. A pessoa passa a não absorver os nutrientes e as vitaminas ingeridos, a ter imunidade baixa e o intestino desregulado”, explica a nutricionista Gabriela Goulart.
“A partir do grão de quinoa conseguimos produzir alimentos sem usar a farinha de trigo, que contém glúten e está presente em muitos produtos. O desafio foi fazer uma massa idêntica, com as mesmas características físicas do trigo e, dessa forma, criar novas opções de receitas para pacientes que vivem em dieta especial. Conseguimos resultados significativos e o avanço vai representar alternativas para aqueles que têm resistência ao glúten”, afirma Suzana Lannes.
Por Marcelo da Fonseca
Quinoa é indicada para a as pessoas com intolerância ao glúten.
Cultivado há mais de 2 mil anos pelos povos incas, que habitaram a Cordilheira dos Andes em uma latitude de mais de 3,6 mil metros, o grão de quinoa chamou a atenção de pesquisadores brasileiros. Um estudo desenvolvido na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF/USP) descobriu formas de aumentar o valor nutricional de alimentos e criar novas misturas usando o cereal. “O objetivo era encontrar uma forma de produzir novos alimentos sem fazer uso da farinha de trigo. Para isso, fizemos recheios para bombons, massa para bolos, biscoitos, todos misturados com o grão de quinoa. Dessa forma, colocamos um alimento saudável com produtos variados”, explica a professora e pesquisadora da USP Suzana Lannes.
O grão era o principal alimento do império inca, mas quase desapareceu depois da conquista espanhola, no século 16. O colonizador, interessado apenas na exploração dos metais preciosos, queimou as plantações e subjugou os conhecimentos dos povos nativos. A quinoa quase desapareceu, mas foi guardada como um tesouro sagrado e plantada em pequenos sítios de agricultura familiar no Peru e na Bolívia. Nos últimos anos, o alimento foi redescoberto por cientistas e nutricionistas, e chama a atenção do mundo inteiro pelo seu potencial nutritivo.
A ideia para o experimento partiu da pesquisadora peruana Adelaida Geovanna Salas, quando observou que no Brasil o grão ainda era muito pouco conhecido. “No Peru, a quinoa é muito consumida. É um grão tradicional, chamado de ‘grão de ouro’ pelos mais velhos, por sua importância para a saúde. Aqui, poucas pessoas têm o hábito de consumi-lo, basicamente aqueles mais preocupados com uma dieta mais equilibrada e saudável. O objetivo era mudar esse quadro e trazer um novo produto para a mesa dos brasileiros”, conta Adelaida.
O cereal é fonte de proteínas, fibras, cálcio, ferro e carboidratos, e considerado um dos alimentos mais completos que existem. Por isso, os cientistas se interessam tanto pelo alimento andino. Pesquisas com a quinoa também estão sendo realizadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e como o solo brasileiro se mostrou apto para o seu cultivo, as pesquisadoras acreditam que em um futuro próximo o cereal será mais apreciado. “O interesse cresceu muito nos últimos anos, mas para que a indústria comece a investir nos produtos que usam a quinoa é preciso que o grão esteja disponível como matéria-prima, o que ainda não ocorre atualmente”, afirma Suzana.
A nutricionista mineira Gabriela Goulart aponta várias formas de consumir a quinoa que podem ser incorporadas à alimentação. “Ela é muito parecida com a aveia, e também pode ser misturada em vários pratos. Em mingaus e biscoitos e até na almôndega a quinoa fica uma delícia. E o mais importante: é uma opção a mais na dieta das pessoas que tem intolerância ao glúten, os celíacos”, diz Gabriela.
Alternativa saudável
A intolerância ao glúten é um problema que afeta cerca de 300 mil brasileiros, segundo estudo divulgado pela Universidade de Brasília (UnB), e pelo menos 25 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS). Os portadores da doença celíaca têm de eliminar o glúten da dieta para que a digestão funcione normalmente e, em alguns casos, a dieta estritamente sem glúten tem que ser mantida por toda a vida.
Entre os sintomas da doença estão dores abdominais, úlceras na boca e má absorção dos nutrientes no intestino. A causa da doença está relacionada com predisposições genéticas e não existe uma cura para o problema. “Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a doença celíaca pode causar danos sérios à saúde. Os danos no organismo ocorrem por causa de um desequilíbrio da mucosa intestinal e podem atrapalhar o funcionamento de todo o corpo. A pessoa passa a não absorver os nutrientes e as vitaminas ingeridos, a ter imunidade baixa e o intestino desregulado”, explica a nutricionista Gabriela Goulart.
“A partir do grão de quinoa conseguimos produzir alimentos sem usar a farinha de trigo, que contém glúten e está presente em muitos produtos. O desafio foi fazer uma massa idêntica, com as mesmas características físicas do trigo e, dessa forma, criar novas opções de receitas para pacientes que vivem em dieta especial. Conseguimos resultados significativos e o avanço vai representar alternativas para aqueles que têm resistência ao glúten”, afirma Suzana Lannes.
Por Marcelo da Fonseca
Nenhum comentário:
Postar um comentário