As principais lesões musculares em atleta de corrida são: dor muscular tardia, mialgia, contratura e a distensão (ou ruptura muscular). Por isso separei cada uma delas para que o atleta saiba quando está acometido. Confira:
Dor muscular tardia: é aquela que aparece no dia seguinte a uma atividade num indivíduo sedentário. Esta pode ser conseqüente a uma prática desportiva ou até mesmo um trabalho doméstico intenso. Ela surge por microruturas no tecido conjuntivo que envolve as fibras musculares e os próprios músculos. E a dor sempre está localizada nos músculos ou grupos musculares que foram mais utilizados na atividade.
A dor dura de dois a três dias e melhora com o uso de calor local (bolsas térmicas ou banheiras). Raramente exige o uso de relaxante muscular. Melhora também com a prática possível de uma atividade aeróbica leve (corrida, bicicleta, natação).
Mialgia: é uma dor muscular localizada. Embora presente em várias patologias sistêmicas, aparece quando um músculo fica fatigado por excesso de trabalho esportivo, doméstico, ou quando o grupo muscular atingido ficou sobrecarregado pelo esforço. Porém, não há lesão na estrutura do músculo e a dor aparece provavelmente por causa do acúmulo de ácido lático no local. Essa dor melhora em poucos dias com uso de calor, fisioterapia e relaxante muscular.
Contratura muscular: como o próprio nome indica é um estado em que uma parte do músculo se endurece por um esforço exagerado, além de haver uma lesão na estrutura anatômica de algumas fibras. Justamente por isso, muitos autores a consideram como uma Ruptura Muscular de Grau I.
A aplicação de gelo por 20 minutos deve ser imediata e repetida ao menos três vezes ao dia. Usa-se relaxante muscular e eventualmente antiinflamatório (quando prescrito pelo médico). A fisioterapia deve ser diária e a recuperação é rápida, em torno de 15 dias.
Já a Ruptura de Grau II (ou distensão muscular grau II) acontece por causa de um esforço muscular acima dos limites de distensibilidade do músculo. É rara nas atividades domésticas, mas é um diagnóstico comum nas práticas desportivas. Nesse caso ocorre uma ruptura de boa parte das fibras musculares do músculo. Além disso, a dor é imediata, a incapacidade local também, muitas vezes o atleta escuta um barulho ou tem a nítida sensação que recebeu uma pedrada. O extravasamento de sangue provoca o hematoma.
Para esses casos é aconselhável usar gelo por 20 minutos a cada três horas no primeiro dia, a cada quatro horas no segundo dia e daí para frente seguir as recomendações médicas. A ultra-sonografia é um exame simples e que permite identificar a lesão e a sua extensão. Antiinflamatórios e fisioterapia intensiva permitem uma recuperação total (lembrando que só utilizam-se antiinflamatórios quando prescrito pelo seu médico).
Há também a distensão de grau III. Essa é a ruptura total de um músculo e muitas vezes é tratada com cirurgia.
Como prevenir a dor muscular - O aquecimento e os alongamentos são obrigatórios antes de qualquer atividade física para prevenir a lesão muscular. Nas temperaturas frias, ou até mesmo nos dias mais úmidos, os cuidados são ainda mais importantes. Além disso, a boa hidratação antes, durante e depois de atividades é outro fator de prevenção.
A volta à atividade física só deverá ser feita com a certeza de que a lesão está cicatrizada e mesmo assim, essa volta deve ser gradativa. Fora essas lesões ocorridas na prática do esporte e nas atividades domésticas intensas, a dor muscular pode aparecer como sintoma de várias enfermidades neurológicas, endócrinas e metabólicas. Mas isso é um outro assunto para uma nova matéria. Bons treinos!
Por David Homsi