O número de indivíduos que praticam a corrida como parte exclusiva e/ou fundamental de um programa de atividade física vem crescendo ano após ano. Isto se deve a alguns fatores principais como:
A corrida, sabidamente, é uma atividade esportiva que, quando praticada corretamente, apresenta baixa incidência de lesões no sistema musculoesquelético quando comparada a outros esportes.
As lesões que mais frequentemente acometem o corredor são as chamadas lesões por “overuse” ou por microtraumas de repetição. As articulações dos quadris, joelhos e tornozelos são frequentemente acometidas nesses atletas. Neste grupo, destacam-se as lesões que acometem a articulação do joelho, tanto por sua frequência como pelo efeito que podem ter sobre o desempenho do corredor.
Durante a corrida, um indivíduo pode realizar (dependendo da intensidade) 500 a 1.600 contatos do pé com o solo a cada quilômetro percorrido. O peso corporal absorvido pelo membro inferior a cada toque do pé no solo é de 1,5 a 6 vezes o peso corpóreo, sendo a articulação do joelho a principal responsável por absorver e dissipar esta energia.
A articulação do joelho é formada pelas articulações tíbio-femoral e femoropatelar. A patela funciona como uma polia que transmite a força gerada pelo quadríceps ao tendão patelar (Figura 1).
Figura 1: A patela funcionando como uma polia transmitindo a força gerada pelo quadríceps ao tendão patelar e a pressão resultante agindo sobre a articulação femoropatelar.
A produção e dissipação da energia ao redor do joelho são realizadas por músculos, tendões, cartilagem, meniscos e ligamentos. Como consequência dos microtraumas de repetição, uma das queixas mais frequentes dos corredores é a dor na região anterior do joelho, acometendo o tendão patelar, o tendão quadricipital, ou mesmo a cartilagem que reveste a patela (condromalácia patelar), o que denominamos de maneira geral como sobrecarga do mecanismo extensor (Figura 1).
Sabe-se hoje que dentre diversos fatores predisponentes ao aparecimento de dor na região anterior do joelho, o encurtamento das cadeias musculares ao redor desta articulação desempenha papel importante.
Assim como força e resistência muscular, a flexibilidade é uma qualidade física que pode e deve ser treinada. A flexibilidade é influenciada por diversos fatores, entre eles o gênero, com as mulheres apresentando melhor flexibilidade que os homens e a idade, com a flexibilidade diminuindo com o envelhecimento. A temperatura é outro fator que influencia a flexibilidade, aumentando com o calor e diminuindo com o frio, assim como as características genéticas, já que existe uma variabilidade individual em relação a esta qualidade física.
Muitas vezes a prática de exercícios específicos para a melhora da flexibilidade (alongamentos) é negligenciada dentro de um programa de treinamento, sendo realizada brevemente antes do início da corrida, fazendo parte de um “aquecimento”. Os exercícios de alongamento, com o objetivo de melhorar a flexibilidade, devem ser preferencialmente realizados em uma sessão exclusiva de treinamento para melhora da flexibilidade ou alternativamente após a corrida.
A literatura médica sugere que a realização de alongamentos após a atividade física pode ter um papel na prevenção de lesões e na diminuição da dor muscular causada pelo esforço físico.
A patela é circundada por um envelope de partes moles formado pelo tendão patelar e quadricipital, e retináculos patelares medial e lateral, este último apresentando íntima relação com o tracto iliotibial (Figura 3). O retesamento destas partes moles ao redor do joelho associado ao treinamento intensivo podem propiciar a ocorrência de lesões nos tendões (tendinopatias) e o aparecimento de processos inflamatórios no tracto iliotibial, a chamada síndrome do tracto iliotibial mais conhecida como “joelho do corredor”.
Figura 2: Envelope muscular ao redor do joelho.
Da mesma forma o encurtamento excessivo do quadríceps e da musculatura flexora do joelho, podem gerar durante a corrida um aumento da pressão exercida sobre a cartilagem patelar e favorecer com isso o aparecimento de lesões da cartilagem de revestimento da patela e/ou tróclea (nome dado à superfície do fêmur com a qual a patela mantém contato). As lesões de cartilagem da patela são conhecidas como “condromalácia patelar”, sendo classificadas frequentemente de grau I a IV de acordo com sua gravidade.
A inclusão de alongamentos ao término das sessões de treinamento podem auxiliar no equilíbrio deste sistema tão elaborado que é nosso mecanismo extensor, e com isso prevenir o aparecimento e a recidiva de quadros dolorosos envolvendo a patela (dor anterior no joelho).
A realização dos exercícios abaixo pode auxiliar na prevenção de lesões na articulação do joelho.
Treinamento de flexibilidade para o joelho:
*Agradecimentos à colaboração da fisioterapeuta Renata Ortiz.
Dr. Caio Oliveira D’Elia
Ortopedista do Instituto Vita
Mestre em Ciências pela USP
Especialista em Cirurgia do Joelho e em Medicina do Esporte
Gazeta esportiva . net
- Baixo custo necessário para sua prática (necessidade de poucos equipamentos especiais);
- Caráter universal, podendo ser praticada por praticamente qualquer indivíduo;
- Facilidade de locais e horários para seu treinamento;
- Possibilidade de ser realizada individual ou coletivamente.
A corrida, sabidamente, é uma atividade esportiva que, quando praticada corretamente, apresenta baixa incidência de lesões no sistema musculoesquelético quando comparada a outros esportes.
As lesões que mais frequentemente acometem o corredor são as chamadas lesões por “overuse” ou por microtraumas de repetição. As articulações dos quadris, joelhos e tornozelos são frequentemente acometidas nesses atletas. Neste grupo, destacam-se as lesões que acometem a articulação do joelho, tanto por sua frequência como pelo efeito que podem ter sobre o desempenho do corredor.
Durante a corrida, um indivíduo pode realizar (dependendo da intensidade) 500 a 1.600 contatos do pé com o solo a cada quilômetro percorrido. O peso corporal absorvido pelo membro inferior a cada toque do pé no solo é de 1,5 a 6 vezes o peso corpóreo, sendo a articulação do joelho a principal responsável por absorver e dissipar esta energia.
A articulação do joelho é formada pelas articulações tíbio-femoral e femoropatelar. A patela funciona como uma polia que transmite a força gerada pelo quadríceps ao tendão patelar (Figura 1).
Figura 1: A patela funcionando como uma polia transmitindo a força gerada pelo quadríceps ao tendão patelar e a pressão resultante agindo sobre a articulação femoropatelar.
A produção e dissipação da energia ao redor do joelho são realizadas por músculos, tendões, cartilagem, meniscos e ligamentos. Como consequência dos microtraumas de repetição, uma das queixas mais frequentes dos corredores é a dor na região anterior do joelho, acometendo o tendão patelar, o tendão quadricipital, ou mesmo a cartilagem que reveste a patela (condromalácia patelar), o que denominamos de maneira geral como sobrecarga do mecanismo extensor (Figura 1).
Sabe-se hoje que dentre diversos fatores predisponentes ao aparecimento de dor na região anterior do joelho, o encurtamento das cadeias musculares ao redor desta articulação desempenha papel importante.
Assim como força e resistência muscular, a flexibilidade é uma qualidade física que pode e deve ser treinada. A flexibilidade é influenciada por diversos fatores, entre eles o gênero, com as mulheres apresentando melhor flexibilidade que os homens e a idade, com a flexibilidade diminuindo com o envelhecimento. A temperatura é outro fator que influencia a flexibilidade, aumentando com o calor e diminuindo com o frio, assim como as características genéticas, já que existe uma variabilidade individual em relação a esta qualidade física.
Muitas vezes a prática de exercícios específicos para a melhora da flexibilidade (alongamentos) é negligenciada dentro de um programa de treinamento, sendo realizada brevemente antes do início da corrida, fazendo parte de um “aquecimento”. Os exercícios de alongamento, com o objetivo de melhorar a flexibilidade, devem ser preferencialmente realizados em uma sessão exclusiva de treinamento para melhora da flexibilidade ou alternativamente após a corrida.
A literatura médica sugere que a realização de alongamentos após a atividade física pode ter um papel na prevenção de lesões e na diminuição da dor muscular causada pelo esforço físico.
A patela é circundada por um envelope de partes moles formado pelo tendão patelar e quadricipital, e retináculos patelares medial e lateral, este último apresentando íntima relação com o tracto iliotibial (Figura 3). O retesamento destas partes moles ao redor do joelho associado ao treinamento intensivo podem propiciar a ocorrência de lesões nos tendões (tendinopatias) e o aparecimento de processos inflamatórios no tracto iliotibial, a chamada síndrome do tracto iliotibial mais conhecida como “joelho do corredor”.
Figura 2: Envelope muscular ao redor do joelho.
A inclusão de alongamentos ao término das sessões de treinamento podem auxiliar no equilíbrio deste sistema tão elaborado que é nosso mecanismo extensor, e com isso prevenir o aparecimento e a recidiva de quadros dolorosos envolvendo a patela (dor anterior no joelho).
A realização dos exercícios abaixo pode auxiliar na prevenção de lesões na articulação do joelho.
Treinamento de flexibilidade para o joelho:
- Realizar ao final da sessão de treinamento.
- 4 séries de 30 segundos em cada posição.
1. Alongamento para o Tracto íliotibial.
2. Alongamento para o quadríceps.
3. Alongamento para a musculatura flexora do joelho.
Dr. Caio Oliveira D’Elia
Ortopedista do Instituto Vita
Mestre em Ciências pela USP
Especialista em Cirurgia do Joelho e em Medicina do Esporte
Gazeta esportiva . net
Nenhum comentário:
Postar um comentário