Muitas pessoas passam pelo conhecido "ritual" de realizar exame de sangue para avaliar os níveis de colesterol e triglicérides. E o retorno ao consultório médico sempre é acompanhado por um friozinho na barriga. Afinal, e se as taxas dessas substâncias estiverem alteradas?
O receio em relação ao resultado tem justificativa. De acordo com os especialistas, o excesso desses dois tipos de gordura de nomes esquisitos, na corrente sangüínea, pode, sim, oferecer riscos à saúde. Infelizmente, o que a maioria das pessoas sabe sobre esses "supostos vilões" termina aí.
Quer um exemplo? Talvez você ainda não saiba, mas essas substâncias são essenciais para o bom funcionamento do organismo - se estiverem na medida certa, é claro. Tanto que boa parte do colesterol e do triglicérides é "fabricada", naturalmente, pelo nosso fígado. No caso da quantidade de colesterol no sangue, aliás, só 30% dela vem de uma alimentação inadequada, geralmente rica em gordura. O restante (70%) é culpa do nosso próprio metabolismo.
"O colesterol é importante para a manutenção da membrana celular, a síntese (ou produção) da vitamina D e a produção da bile e dos hormônios sexuais", explica Edna Nakandakari, médica e chefe do Laboratório de Lípide da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). O triglicérides, por sua vez, é uma gordura que fica armazenada no tecido adiposo, como importante estoque de energia. "A diferença é que os erros alimentares são mais determinantes na elevação dos triglicérides", afirma.
O que pesa, portanto, contra a sua saúde não é propriamente o colesterol ou o triglicérides, mas a quantidade que essas gorduras aparecem em seu sangue. E ainda há muito mais, a saber. Confira, abaixo, e anote. Segundo os especialistas, conhecer bem os nossos "inimigos", é o primeiro passo para combatê-los.
Colesterol
Um tipo de gordura produzida pelo fígado e também proveniente de alimentos de origem animal, como carnes e laticínios. O colesterol é transportado na circulação sangüínea de carona com proteínas especiais, as lipoproteínas, mais conhecidas como LDL e HDL.
O LDL possui baixa densidade e distribui o colesterol do fígado para diversos tecidos e células do corpo. É chamado de colesterol ruim, porque pode se acumular nas paredes das artérias isso, quanto menor sua quantidade no sangue, melhor.
Já o HDL é uma partícula de alta densidade que tem a função de "varrer" da circulação o excesso de colesterol e encaminhá-lo para o fígado. Por esta razão, é considerado um "bom moço".
Além de ser produzido no fígado, ainda é encontrado em alimentos de origem animal, tais como carne de qualquer tipo (inclusive peixe e frango) e laticínios.
É importante para a manutenção da membrana celular, síntese de vitamina D, além da produção de importantes hormônios, incluindo os sexuais. E, conforme aponta o endocrinologista Cristiano Roberto Grimaldi Barcellos do Hospital Professor Edmundo Vasconcellos, o HDL (bom colesterol) age como protetor das artérias, já que evita o entupimento pelo LDL (mau colesterol) e, consequentemente, os riscos de doenças cardiovasculares.
O médico Cristiano Barcellos conta que, em excesso, o LDL (mau colesterol) se acumula no interior das artérias e forma uma placa de gordura, gerando o entupimento, que é denominado aterosclerose. Isso predispõe as pessoas ao enfarte ou derrame (também conhecido como acidente vascular cerebral, o AVC).
Mônica Romualdo, nutricionista do Instituto Dante Pazzanese e do Hospital do Coração (HCOR), acredita que o melhor caminho para controlar o colesterol é a reeducação alimentar. Entretanto, há quadros em que o fator genético age de maneira desfavorável, e a pessoa apresenta certa disfunção na produção do colesterol. Afinal, como já foi dito anteriormente, 70% dessa gordura é sintetizada no fígado. "Em casos de altos índices de colesterol, é essencial o trabalho conjunto de nutricionista e médico", diz. Segundo a médica Edna Nakandakari, da USP, existem inclusive medicamentos específicos para ajudar a reduzir o colesterol nessas situações.
Atividades físicas ainda contribuem para aumentar o HDL (o bom) e, assim, forçar indiretamente a redução do LDL (o mau). Para isso, Barcellos recomenda a prática de 30 minutos de exercícios aeróbicos, cinco vezes por semana.
Triglicérides
Um tipo de gordura que funciona como importante fonte de energia. É encontrado e armazenado no tecido adiposo.
É produzido pelo fígado e também proveniente tanto da gordura animal quanto da vegetal, além dos carboidratos e das bebidas alcoólicas. "Quase tudo que uma pessoa ingere é transformado em triglicérides no organismo", comenta a nutricionista Mônica Romualdo.
Sem eles, não há vida, porque as células, tecidos e órgãos dependem da energia que vem dos triglicérides para funcionar.
O nível de triglicérides aumenta, principalmente, pela má alimentação e pelo excesso de peso (uma vez que esse tipo de gordura fica armazenado no tecido adiposo). Esse aumento pode gerar uma grave doença chamada pancreatite, que, se não for tratada, pode levar à morte. Nesse caso, os triglicérides "entopem" canais do pâncreas, gerando uma inflamação.
A taxa de triglicérides eleva-se basicamente por erros alimentares. Portanto, para corrigir um alto índice dessa gordura no sangue é necessário manter uma dieta balanceada, reduzindo a quantidade de carnes, leite e derivados e outros alimentos de origem animal, óleos e cremes vegetais, carboidratos (pão branco, açúcar refinado, massas) e álcool. Vale investir também em frutas, legumes e verduras, uma vez que a presença de fibras nesses alimentos reduz a absorção de todos os tipos de gordura.
Fonte:
Internet
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