Quando
ensinamos os nossos alunos a nadar, vencidas as etapas iniciais de
adaptação ao meio e de aquisição das habilidades básicas na água,
entramos no ensino dos nados em si. E neste ensino, temos sempre muita
preocupação em desenvolver a percepção e a técnica das ações propulsivas nos quatro nados.
O que
às vezes sinto é que, não só meus colegas como também eu mesmo, nos
esquecemos de dar o devido valor ao outro componente da eficiência do
nado, que é o da minimização das forças de atrito nas diferentes partes de corpo.
Sim, porque o ganho de eficiência de todo movimento na água possui estes dois componentes básicos: a maximização das forças propulsivas de um lado (concordantes com o sentido do deslocamento), e a minimização das forças de atrito (opostas ao sentido do deslocamento).
A preocupação com a minimização destas forças de atrito
se revela de diversas formas: em nossa atenção ao ataque coreto das
mãos na água durante as braçadas, com o coreto alinhamento do corpo na
água em relação à linha de superfície, etc.
Mas
chamo especial atenção à posição que ilustro na foto abaixo, envolvendo
braços e cabeça. É o que alguns chamam de Posição Principal de Deslize
(PPD). Os norte-americanos chamam esta posição de “streamline”.
Esta
posição tem importância capital, pois ela deve ser adotada em várias
situações: nas saídas competitivas nos mergulhos (provas de Crawl, Peito
e Borboleta), após a largada do bloco e durante as golfinhadas que se
seguem nas provas de Crawl, Borboleta e Costas. É ainda a posição de
deslize no nado Peito, adotada no início e final da Filipina e nos
deslizes após cada pernada.
Três itens caracterizam a streamline: A – mãos sobrepostas com dedos unidos, B – braços rigorosamente estendidos e C – cabeça “escondida” entre os braços.
Qualquer variação, por menor que seja nestes parâmetros aumentará o atrito do nadador com o meio líquido, comprometendo sua eficiência de deslocamento.
De
forma geral, percebo que os grandes campeões tem uma marcada preocupação
com este posicionamento, tanto quanto tem corretas as alavancas de
força e os movimento propulsivos em si. E para quem ainda tem dúvidas do domínio da streamline em atletas de nível internacional, sugiro uma boa olhada na foto abaixo. Uma imagem fala mais que mil palavras.
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