"Aprenda com eles e transfira para a sua vida!"
Motivação e persistência são aspectos básicos par se tornar um atleta.R7Atletas podem ter personalidades diferentes, mas Simone Meyer Sanches, psicóloga do esporte, identifica características próprias de velocistas, fundistas, saltadores e lançadores, que ajudam no sucesso em suas respectivas modalidades.
Há sete anos trabalhando com atletismo na Orcampi (Organização Funilense de Atletismo), em Campinas, e há dois na BM&F/Bovespa, agora em São Caetano, Simone explica que, no esporte, o psicólogo ainda tem imagem relacionada a “problemas” e “é preciso quebrar esse paradigma”.
- A função do psicólogo é auxiliar o atleta a se desenvolver no esporte e como pessoa. Não é uma terapia, um trabalho individual, com hora marcada – já seria impossível, com 90 atletas. Mas também porque não haveria a necessária neutralidade. A gente convive em treinos, competições, ônibus, hotéis. O psicólogo do esporte ajuda o atleta a pensar, a encontrar caminhos, a se fortalecer para qualquer situação.
Raio-X de supercampeão
O atleta “ideal” tem habilidades psicológicas que já o ajudaram a chegar ao esporte de alto rendimento, e que vão além mesmo além de aspectos fundamentais como motivação e persistência. E essas habilidades ainda podem ser treinadas, explica Simone, que lista sete delas.
1 – Competitividade. É evidente, mas o atleta se mostra competitivo ainda nos treinos, antes de entrar em competições.
2 – Autoinstruções positivas. O atleta lida com pressões, interna e externas, que vão da dor ao medo, do sol à chuva, do arriscar limites a avaliações constantes.
3 – Resiliência. É a capacidade de lidar da melhor forma com adversidades. O atleta encontra o lado bom das situações, valoriza o que já conquistou. Diante de fatores de risco, encontra fatores de proteção. Não apenas obedece, mas pensa. E ainda passa essa capacidade para a vida pessoal.
4 – Autoconhecimento. Valoriza as própria qualidades e reconhece pontos fracos, para trabalhar em cima deles. Aproveita mesmo as informações que tem de si mesmo para traçar estratégia para suas provas.
5 - Concentração. Tem a ver com personalidade, mas também com o ambiente.
6 – Capacidade de lidar com o imprevisto. O atleta lida o tempo todo com o imprevisto – são atrasos nas provas, ou antecipações, que podem desestruturar tudo o que planejou ainda no aquecimento. Trabalhar em cima do inesperado, sem perder a motivação, é um diferencial “ótimo”.
7 – Comunicação. Além de ter informações, dele mesmo e dos rivais, o atleta precisa passar isso para o treinador – e este, saber ouvir e como adaptar treinos e intervalos de descanso, mesmo porque um atleta pode precisar parar dois dias enquanto outro precisa se sentir treinando, mesmo que seja em “descanso ativo”.
Denise Mirás
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